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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

COMPORTAMENTOS INTERIORANOS

Após longo e tenebroso inverno compareci ontem a uma concorrida cerimônia pública. Afastado do dia a dia da terrinha, sentei-me numa discreta posição.
Durante algum período estive acompanhado por um amigo dos velhos tempos de Boa Vista.
Grande movimento. Entrada e saída de figurões locais e de cidades vizinhas, se cumprimentando em tom alto e muito entusiasmo.
Lá pelas tantas, o meu companheiro comentou:

- Estranho, imaginei que voce fosse mais conhecido nesse meio. Poucos o cumprimentaram e mesmo assim de forma muito discreta. Estou certo ? Indagou ele.

Respondi como razoável conhecedor do comportamento do "homo sapiens" itajubense:
- Pelo contrário: evitam o cumprimento porque me conhecem bem.

Coisas da terrinha.

ER 

4 comentários:

Anônimo disse...

Agora o Camarada, aqui entre nois, eu sinto exatamente isso em todos os lugares que vou e tenho realmente evitado muito ultimamente...que maldito sentimento é esse? porque isso acontece? o que esta errado?

Não roubei, não matei, trabalhei pela cidade, dediquei, não tenho AIDS, enfim. Porque isso?

Precisava entnder!

Será que é por causa de ter trabalhado com o o Chico?

Edson Riera disse...

Anônimo,

Não creio que esse sejao motovo. Possivelmente você tenha ideias próprias e as exprima.
Por aqui isso significa um pouco mais que pecado. É crime.

zelador

Anônimo disse...

Verdade, por isso devo ficar no meu presidio mesmo! Talvez o consolo é que logo "todos estes"enfrentaram também o seu presidio.
Quanta energia no lixo!

Anônimo disse...

Encontro inesperado...

Caminhava agora a tarde pela Alameda Lorena sentido Augusta. Na esquina da Alameda Ministro Rocha Azevedo, parei debaixo de uma árvore para me proteger do sol forte e abrasador...Do meu lado parou também um rapaz (creio que pelo mesmo motivo).Alto, magro, rosto fino e com a pele muito branca. Levantei os olhos em direção ao seu rosto. Sua cabeça branca e lisa me fez pensar que era o Xuxa (atleta). Qual não foi minha surpresa quando o reconheci!
Balbuciando seu nome disse em voz trêmula: Gianequine! Que alegria vê-lo assim tão bem caminhando pelas ruas. Quero lhe dizer que torço muito por você viu? Rezo para que dê tudo certo. Aliás...Já deu.
E ele olhou-me tristemente mas agradecido pelas minhas palavras e sorrindo recitou um versinho enquanto aguardávamos o farol abrir:__Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros.
De Clarice Lispector,disse-me ele com um sorriso triste e se foi...

E eu, balançada pelo inesperado encontro,continuei minha caminhada.
Triste.Muito triste. A tristeza nos empresta respeito ao outro e percepção mais aguçada da dor.
Dor ao perceber que as pessoas passavam, por ele e nem olhavam para aquele rapaz magro, pálido de bermudas e chinelos. Em outros tempos a rua estaria congestionada.
Tristes constatações da vida!...
Bah