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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

SOBRENOME NÃO ESTÁ VALENDO MUITO

Deixou o carro importado para revisão em Guaratinguetá. Como somente iria ficar pronto no dia seguinte, resolveu voltar para Itajubá.
Até Piquete foi gentilmente levado pelo rapaz de vendas da concessionária, que estava mesmo indo para lá. Daí para a frente a suprema humilhação de pegar o catajeca do Pássaro Marron.
Desde que veio a Aparecida pagar uma promessa feita pela mãe por ele ter passado no vestibular de economia (precisava?), jamais voltara a entrar naquele meio de transporte jurássico e democrático em excesso por juntar pessoas de níveis diferentes tão próximas.
Enfim... deve durar só uma duas horas. Fechou a cara e sentou ao lado de um velhinho que estava com um cigarro de palha (apagado) no canto da boca.
Subindo a serra naquele geme-geme, silêncio dentro do ônibus e o velhinho puxa conversa.
O Senhor é de Itajubá ?
Sim respondeu o nosso conterrâneo, curto e grosso, esperando matar a conversa.
De qual família, insistiu o ancião já meio chato.
O Nobre Itajubense, de fina estirpe disse em alto e bom som, para que todos no ônibus o ouvissem e que não parasse mais nenhuma dúvida, encerrando o assunto:
Meu nome é Reinaldo Rennó Junior, repetindo antipaticamente o grande sobrenome Itajubense: RENNÓ, com eco, como Brasillllllllll, nos jogos da seleção.
Silêncio sepulcral por uns longuíssimos dois minutos.
Aí o velhinho matou a páu, lavando a alma de todos, inclusive do motorista, do cobrador e do fiscal que tinha subido no alto da serra.
Simplóriamente sacana, o velhinho perguntou: Por acaso o Senhor não é dos Juniors lá de Piranguçu ?
O nosso amigo desceu na Barreira.
ER
.

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