O que diabos está acontecendo neste videoclipe?”
A pergunta foi feita por um usuário no fórum de videogame NegGAF, referindo-se ao sucesso de 1983, Total Eclipse of Heart. Isso rendeu a Bonnie Tyler sua primeira indicação ao Grammy e vendeu mais de oito milhões de cópias.
Muito desse sucesso se deve ao seu vídeo, um absurdo audiovisual que combina ninjas, esgrimistas, anjos, as crianças da Vila dos Malditos e, como exigiam os cânones dos anos oitenta, cortinas e pombas brancas sacudidas por um vento furacão que nunca chega a bagunça o cabelo de Tyler, coberto com toneladas de laca.
Esta cápsula do tempo que contém todos os elementos-chave da década mais sobrecarregada e fantasiosa da música acaba de atingir um bilhão de visualizações no YouTube.
“Total Eclipse of the Heart é um clássico, um daqueles videoclipes canonizados pela passagem do tempo por ser o epítome da estética dos anos oitenta: o visual de Bonnie Tyler, a atmosfera gótica, a iluminação e as cores, os espaços... tudo responde a aquele exagero kitsch que permaneceu no imaginário popular da década. Mas, sobretudo, pelos gestos da cantora e pelo grotesco da sua narrativa onírica”. O vídeo caminha na linha tênue entre o sublime e o ridículo, o gênio do grotesco. Tanto o clipe quanto a letra permitem interpretação, mas seu impacto cultural é inquestionável.
El País
Viver é Perigoso
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