O Superior Tribunal de Justiça anulou as provas colhidas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, que investiga atividades suspeitas do empresário Fernando Sarney, filho do Senador Sarney. O mesmo STJ, meses atrás, já tinha anulado as provas obtidas pela PF na Operação Castelo de Areia, que investigava a empreiteira Camargo Correia e políticos em geral (dúzias deles).
Surpresa ?
Nenhuma, em ambos os casos. Como escreveu o Fernando de Barros e Silva, hoje na Folha:
" Não há o menor risco de que uma figura influente ou endinheirada seja condenada por crime de corrupção pela justiça brasileira. Se esse medalhão for um político, tipo peixe graúdo, aí então a disposição do judiciário para absolvê-lo será ampla, geral e irrestrita."
Creio que todos os brasileiros estão cientes e concordam com o jornalista, mas vejo um pouco diferente os casos acima mencionados.
Os espertalhões não foram inocentados. Os juízes desconsideraram as provas obtidas através de escutas telefônicas.
Os crimes, em princípio, não foram contestados. A maneira como as provas foram obtidas, sim.
Podem não pagar pelos desvios agora. Uma hora pagarão.
ER
Um comentário:
Da série: adendos que para muito pouco servem, exceto como curiosidade.
Anos 80 e o signatário penando nas galés baianas tentando ganhar a vida como pequeno empresário (peão de trecho, para os amigos...). Telefone toca. Amigo (muy amigo, como se verá) de meu sócio e saudoso amigo Deraldão. O cara era meio engomalinado, meio chique, bons panos por sobre o esqueleto, dono de uma daquelas "engenharias especializadas". Assssiiiim com os "hômis"...
Estava até (veja você) fazendo o projeto executivo para implantação da rede de tratamento de esgoto que iria universalizar (termo do cara) este benefício para toda a população de Maceió, O que se pode comprovar fácilmente hoje em dia...Maceió e saneamento básico: gêmeos univetelinos. Alagoas, na época, governada por quem? Por quem??? Um doce do caminhão da Bela Vista prá quem responder primeiro...
Pois bem, o pedido era para que fizéssemos um orçamento para montar uma linha de distribuição num dos polígonos de irrigação sendo implantado pelo então Ministério da idem. Coisa boa, seu Zé...Onze quilômetros de circuito simples de MT, terreno plano, quase limpinho e fácil de cavar: o chamado "mamão-com-açúcar". O tal polígono, aquele, situado nas imediações de Pinheiro (MA), terra natal do então Presidente (cabelo também domado a gomalina, vasto bigode, jaquetão de fino corte), cujo Ministro da Irrigação - ó tempora, ó mores! - era seu co-estaduano. Metemos a cara para fazer o orçamento. Viramos a noite, que a coisa era urgente, além de ser boa. Proposta entregue, silêncio dos pântanos instalado na Bahia. Telefonemas para perguntar como é que estava o negócio atendidos por um aparelho sempre ocupado ou mudo do outro lado. Desistimos, esquecemos do troço e vida que segue...
Muito bem: dalí a alguns mêses, em conversa solta com um outro empreiteiro da terra, também amigo nosso, soubemos que a linha já rasgava o chão Pinheiromaranhense. Emprêsa que estava executando a obra (executou?? levanta a mão aí, por favor quem acha que sim. Recebeu pelo serviço? outra rodada de mãozinha para cima)? Nome não me lembro, mas, o proprietário nos foi dito ser um então jovem engenheiro maranhense, de nobre descendência: Eng. Fernando S.
Tolinhos, nós, não acha, zelador?
Abraço
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