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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

O HOMEM LÙCIDO

Luís Marins

Sabedoria e lucidez, definitivamente, não têm idade.
O homem lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções, mas nunca se entusiasma com ela, assim como não teme a morte. Sabe que viver e morrer são o mesmo em matéria de valor, posto que a Vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um mal. O homem lúcido sabe que é o equilibrista na corda bamba da existência. E sabe que, por opção ou acidente, é possível cair no abismo, a qualquer momento, interrompendo a sessão do circo. Pode também o homem lúcido optar pela Vida. Aí então, ele esgotará todas as suas possibilidades.
Passeará por seu campo aberto e por suas vielas floridas.
Saberá ver a beleza em tudo.
Terá , amigos e ideais.
Urdirá os planos e os realizará.
Resistirá aos infortúnios e até às doenças.
E, se atingido por algum desses emissários, saberá suportá-los com coragem e mansidão. Morrerá o homem lúcido de causas naturais e em idade avançada cercado por filhos e netos que seguirão sua magnífica aventura. Pairará então, sobre sua memória uma aura de bondade. Dir-se-á: aquele amou muito e fez bem às pessoas. A justa lei máxima da natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem iguale-se sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis. E o homem lúcido que optou pela Vida, com o consentimento de Deus, tem o poder magno de alterar esta lei. Na sua vida, os acontecimentos favoráveis estarão sempre em maioria.
Esta é uma cortesia que a Natureza faz com os homens lúcidos.
Pense nisso.
Pense como o homem lúcido em optar pela Vida.
Em urdir planos e realizá-los.
Em resistir aos infortúnios.
Em esgotar todas as possibilidades de ser feliz.

Luís Marins


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