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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

NEWTÃO ABRE A CAIXA DE FERRAMENTAS

Deu no Estadão:

A insatisfação do PMDB com o xadrez ministerial que está sendo armado pela presidente eleita, Dilma Rousseff, foi verbalizada nesta quarta-feira, 1º, pelo ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso, que toma posse daqui a dois meses em seu terceiro mandato na Câmara.
Na primeira reunião da bancada com os novos deputados, o ex-governador abriu o verbo: acusou Dilma de "ingratidão" e o PT de levar os melhores ministérios, além de criticar as pastas que estão sendo oferecidas ao PMDB.

"A Dilma na campanha só faltou falar 'uai'. Mas depois que venceu a eleição com uma diferença de mais de 1,7 milhão de votos em Minas, ela sumiu do Estado e tirou nossos ministros. Que ingratidão", reclamou Newtão, como é conhecido.

Ele aproveitou para criticar a escolha de Fernando Pimentel, candidato derrotado do PT ao Senado por Minas Gerais, para compor o futuro ministério. "Ele (Pimentel) só foi indicado porque é amigo de luta armada da Dilma", disse.
"Que expressão tem esse ministério que está sendo formado para Minas? Nenhuma", afirmou. Newtão bateu forte também na escolha de Miriam Belchior, atual coordenadora do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para o Ministério do Planejamento. "No Planejamento botaram aquela mulher que é o José Dirceu de saias", disse. Miriam é ligada ao ex-ministro José Dirceu.

Além de reclamar da perda dos ministérios da Integração Nacional e das Comunicações, ele também criticou as pastas que estão sendo oferecidas ao PMDB. "O ministério da Previdência é mais um encargo do que ministério. E Minas e Energia está depenado porque não tem nem a Petrobras nem a Agência Nacional de Petróleo", afirmou.

A partir de 1º de fevereiro, quando toma posse na Câmara, Newtão promete liderar a bancada do PMDB contrária ao governo Dilma. Na primeira reunião da bancada na Câmara, na tarde desta quarta, o ex-governador começou a campanha para conquistar votos para assumir a liderança do partido na Casa. "Eu vou quebrar o pau aqui", prometeu. "Dilma está engessada pelo Lula. Só faz o que ele manda."

Estado






Um comentário:

wartão disse...

Ainda falta um longo caminho a percorrer na formação do governo. Apesar do fracasso das duas últimas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), Fernando Haddad deve permanecer no Ministério da Educação. Falta também definir o quinhão dos partidos aliados, talvez a parte mais complicada da montagem de governo. O PMDB quer manter sua cota de seis ministérios. O PP tenta segurar o Ministério das Cidades, que cuida das obras de infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014. O PDT luta para ficar no Ministério do Trabalho. Isolada na Granja do Torto, Dilma tem sido preservada do assédio dos aliados em busca de cargos.O estilo reservado de Dilma criou problemas para os partidos aliados. Eles não chegam até Dilma, que é mantida distante das conversas. "Nós só conseguimos falar com o José Eduardo Dutra", diz o deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, principal líder do PDT. Além do Trabalho, o PDT quer indicar o Senador Osmar Dias (PR), para o cargo de diretor-geral da hidrelétrica de Itaipu. É um dos cargos do governo mais cobiçados, por causa de seu orçamento.
Ainda é muito cedo para antecipar como Dilma se comportará diante das situações difíceis a que todo presidente da República é submetido. Os níveis de tensão que o ocupante mais importante do Palácio do Planalto enfrenta variam de acordo com as crises políticas ou econômicas, que, muitas vezes, surgem no exterior e escapam ao controle do governo. O sucesso de um presidente tem muito a ver com seu comportamento diante das pressões fisiológicas dos partidos e de acusações de corrupção.
Por enquanto, Dilma se empenha em usar a experiência de vida para comandar o país. A capacidade de guardar as informações tem muito a ver com o tempo em que militou em organizações clandestinas que combateram a ditadura militar. A habilidade demonstrada até o momento em manter os partidos distantes da Granja do Torto guarda relação com a experiência vivida nos tempos em que foi ministra-chefe da Casa Civil. Isso, asseguram os mais próximos, Dilma aprendeu com Lula.
Como se vê, Dilma está diante de uma briga de cachorros grandes e quando se diz que ela está preservada do assédio dos partidos, na realidade ela está aguardando ordens do chefe Lula.
Onde será que o Brasil vai parar como resultado da eleição passada.
"MUDA O MONTE DE MER.., MAS AS MOSCAS CONTINUAM AS MESMAS".