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terça-feira, 30 de novembro de 2010

A PRAÇA ERA NOSSA


Não se chamava Theodomiro Santiago, de forma justa, como é conhecida hoje. Era a Praça Cesário Alvim.
Para nós da Boa Vista era o “jardinzão”, para diferenciar do “jardinzinho” da Praça do soldado. Ir ao “jardinzão” significava “subir”. Eram muito usadas as expressões: Você vai subir hoje? Significava sair da Boa Vista e ir até o Centro. Na hora de voltar, usava-se o inverso: Você já vai descer?

Nada há ver. Primeiro porque não existe morros no trajeto. Segundo (hoje com as coordenadas com fácil acesso) porque o centro da cidade, com relação a Boa Vista, fica no sul. Calçadão nem pensar. Nem projeto existia ainda.

Subindo pela Praça Venceslau Brás, Já existia a Casa América com os seus três camelos entalhados na parede de granito e subindo, logo adiante, a Padaria do Pai do Tostão.

De frente ficavam o Banco Nacional, o Cine Presidente, a Loja “A Liberty” e o Banco de Itajubá, depois Lavoura e depois Real.  Na esquina, “A Garota”, do Sr. Zé Chiaradia. E à frente, a casa da família Azevedo, onde hoje é a Florarte.

Nas ruas transversais, funcionavam a Casa Naús, Loja da Julinha, Foto N.S. Aparecida, Pé de Porco, Gruta da Onça e a loja do sr. Paulo Carneiro.

Onde hoje funciona a Ótica Boa Vista era a "Casas Pernambucanas", com um "moleque" de madeira com o braço indicando o interior da loja. Ao seu lado ficava a Casa Vera Cruz. 
Do outro lado da rua, a loja da Dna Lígia (mãe do Chico), a Dental da família do Sr. Basílio Pinto e o Bar Ponto Chic, onde já foi a lanchonete Uai, do Sr. Hélio e hoje e uma farmácia Drogão.

Na praça, ainda no térreo do prédio do Grande Hotel, funcionava a casa Del Prete, do Gino, e a sorveteria do Sr. Edgar. Havia uma relojoaria, outra sorveteria e a famosa Casa Renny, dos Werdine. A Glória Maria do Dr. Machado Neto, residia no piso superior.

Havia a Papelaria Casa Lucy (hoje vendem colchões) - no andar superior funcionava a Liga Itajubense de Futebol e fazendo divisa, casa do Prof. Dárcio Pereira (estão construindo um prédio).

A Casa do Cel Alcides Faria, o Hotel São José, o Clube Itajubense e ao seu lado o Bar Acadêmico, com a Radio City funcionando no andar de cima.. Na esquina onde está hoje a CEF existia uma casarão. Do outro lado (Unicred) havia outro casarão e do outro lado da esquina, o Cine Apolo.

Funcionava no térreo o Bar Itamarati, com bela paisagem de azulejos, que posteriormente virou o bar do Chinês. Ao lado da bilheteria do cinema funcionava uma bomboniére.
Do outro lado, demoliram um casarão e construíram o Hotel Centenário, funcionando no térreo, o Café do João , o Bar do pessoal lá do Cruzeiro (virou Café do Seu Vadinho) e a televisão do Nagib.

Ao lado da cantina Tati, tinha um bar muito bem montado. O Marabá. Na subida da Matriz, logo no início, funcionava a churrascaria do Wanderley e a lotérica do Chico Pinga.

Vigiando a praça permanecia, quase em tempo integral, o Sr. Abdias. Ficava caminhando com as mãozonas (as maiores mãos do mundo) às costas e fiscalizando tudo. Pisar nos bancos ? Pisar nos canteiros ? Dar um abraço apertado na namorada ? Nem pensar. Era "cartão vermelho" na hora.

Sempre achei que o Sr. Abdias fosse meu parente. Ele veio do São João da Cristina. A minha mãe e família também eram de lá e como todos eram meio parentes... 

Engraxates tinham uns dez. Sempre os mesmos e sabiam da vida e todo mundo. Perguntavam: Tinta e graxa ou só graxa ?

Naquela época, a praça ainda era nossa. Hoje só durante o dia e olhe lá...

ER














8 comentários:

Aldo disse...

Muito bons tempos, não? Uma vez escrevi um artigo para o IN falando o que você está relembrando agora.
Outra coisa: lembra-se que falei que o Bradesco me procurou, para atender uma firma que viria para cá? Você me falou nos supermercados Bretas. Agora a menina não me disse o nome da firma mas falou em 8.000 vidas. Supermercado não é. Siemens muito menos. Quem dá uma dica?

Anônimo disse...

Mahle!

Aldo disse...

Muito bom.Gostei. E vai ter de arrumar gente mesmo. A Unimed, trocando os pés pelas mãos, por motivos que jurei não falar mais em 2010, deixou ou foi deixada pela Mahle. O Ceam não aguenta. Bradesco na turma!
Agora, bem que os medicos poderiamos fazer uma nova cooperativa, novinha, limpinha... Ou melhor, poderiam, pois estou fora dessa.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
wartão disse...

Zé, quando a Praça ainda era nossa, o bom aos sábados e domingos à noite, era o passeio com as garotas dando a volta à direita e os garotos rodando à esquerda ao som da Radio City:
"o moço de camisa verde oferece a musica Pombimha Branca para a garota de vestido azul, com muito amor e carinho", e os estudantes de engenharia com o indefectível blusão azul com o emblema da EFEI, vendido pelo Zé Pinguinha e pagável em 3 prestações mensais.
Idos de 1968/69, tempo bom que não volta mais.

marcos.caravalho disse...

Foi só falar no cara que êle aparece, viu só!?
Colaboração prá hora da saudade: Bar Ponto Chic: pastelaria (fritura na horica, naquele tachão esmaltado) pilotada pelo Seu Juca, marido da Da. Ditinha, dona da pensão onde homiziava-me (ôps!)lá pelos '66 do século findo. Pastel a preço de estudante durango prá turma da pensão. Graaande Seu Juca!

Anônimo disse...

Keep posting stuff like this i really like it

Anônimo disse...

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