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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

A ALEGRIA ESTÁ NA LUTA

O futebol local teve os seus dias de glória na Cidade. Estádios lotados aos domingos. Estádios ? Sim, as partidas eram disputadas no Cel. Belo Lisboa, no Espirito Santo Cardoso (será esse o nome?) na Imbel e no campo da Escola de Horticultura (Agrícola).

Rivalidades históricas. O supercampeão Vasco, também chamado de "O lobo da Boa Vista), o Smart, conhecido como o "Leão da Boa Vista", o Yuracan, "diabos brancos", o Itajubense (ex-Flamenguinho), o Fábrica de Armas (Esquadrão de Aço), o histórico Estrela Azul da Bairro da Avenida, comandado heroicamente pelo sr. Ditinho Euzébio, o Atlético da Varginha, o Itaguaré do Porto Velho e com vida curta, porém com muito sucesso, o Azzurra, do Gino Scalzo.

Sempre fui um torcedor fanático do Lobo da Boa Vista, cuja sede era no Bar Caçador do meu Tio Luiz Riera. O presidente e mantenedor do clube era o Sr. Manoel Valente, sócio da Fábrica de Doces Vera Cruz.

Admirava muito os craques do Vasco, como os goleiros Ditinho, Mauro, Cleber, Manezão, Totti, Norival, Carlito, Bichinho, Cati, Vitão, Ginha, Wilsinho Machado, Sylvio Riera, Jiboinha, Tiãozinho, Virgílio, Dalton, Peleteiro, Tinguera, Olavinho, Escurinho, Oswaldinho e o meu preferido Athanásio Sarlas.

Athanásio sempre foi o Capitão do time, um líder nato e se não um craque com grande habilidade técnica, um extraordinário guerreiro.

Numa tarde chuvosa de domingo, numa partida quase decisiva contra a forte equipe do Yuracan, já no início do segundo tempo, acontecia uma daquelas tragédias do futebol: O Vasco perdia por 4X0.

Triste e molhado segurando no alambrado eu presenciava a luta do meu Vasco, com destaque para o Athanásio. Na cobrança de um lateral eu observei-o de perto e vi lágrimas rolando pelos seus olhos.

Terminada a partida acompanhei-o descalçando as chuteiras cobertas de grama lamacenta. Perguntei-lhe:
- Por que tanta luta, tanto esforço se naquele momento a situação era irreversível ?

Recebi com a sua resposta, uma grande lição para a minha vida. Limpando a rosto da grama, suor, lágrimas e lama, com às costas da mão, ele disse:

- Pazada (era como ele me chamava), a alegria está muito mais na luta do que na vitória.

- Definitivo.

Hoje, neste final de campanha política, onde as perspectivas nos parecem extremamente nebulosas, eu não desisto: A alegria está na luta.
Nela irei até às 17:00 horas do dia 31 de Outubro.
Depois? Continuarei a lutar, porém com outras armas e outras estratégias.

ER    


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