Translate

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A INVEJA

Outro dia vi uma palestra sobre a inveja. Confesso que nunca havia parado para pensar sobre esse sentimento muito ruim que carregamos dentro de nós, uns com maior intensidade outros com menor. Como a última Veja trouxe uma matéria sobre esse assunto resolvi ler um pouco mais à respeito. 
Aí vai alguns comentários interessantes.

A inveja é o mais dissimulado dos sentimentos humanos, não só por ser o mais desprezível mas porque se compõe, em essência, de um conflito insolúvel entre a aversão a si mesmo e o anseio de autovalorização, de tal modo que a alma, dividida, fala para fora com a voz do orgulho e para dentro com a do desprezo, não logrando jamais aquela unidade de intenção e de tom que evidencia a sinceridade.

 A gente confessa ódio, humilhação, medo, ciúme, tristeza, cobiça. Inveja, nunca. A inveja admitida se anularia no ato, transmutando-se em competição franca ou em desistência resignada. A inveja é o único sentimento que se alimenta de sua própria ocultação.

O homem torna-se invejoso quando desiste intimamente dos bens que cobiçava, por acreditar, em segredo, que não os merece. O que lhe dói não é a falta dos bens, mas do mérito. Daí sua compulsão de depreciar esses bens, de destruí-los ou de substituí-los por simulacros miseráveis, fingindo julgá-los mais valiosos que os originais. É precisamente nas dissimulações que a inveja se revela da maneira mais clara. "

Olavo de Carvalho – Folha de S.Paulo –

 A inveja é um vírus que se caracteriza pela ausência de sintomas aparentes. O ódio espuma. A preguiça se derrama. A gula engorda. A avareza acumula. A luxúria se oferece. O orgulho brilha. Só a inveja se esconde."

 Zuenir Ventura      

 " Inescapável o lugar-comum : a inveja é um dos sentimentos mais negativos e vazios experimentados pelo homem. Enquanto o ambicioso quer ter um Mercedes igual ao do cunhado e o cobiçador quer o Mercedes do cunhado para ele, o invejoso só quer o cunhado perca o seu Mercedes, ainda que ele não ganhe nada com isso... Os alicerces desse sentimento são mesmo a comparação com o semelhante e o desejo de que o outro se dê mal ".

Naiara Magalhães – O Abc dos sentimentos – Revista Veja edição 2184 

Humberto Chiaradia

Nenhum comentário: