Mais um dia que amanhece,
Aos poucos o manto da noite desaparece,
O encanto da natureza entontece,
O sol rompe e à alvorada enaltece.
O agricultor olha pro céu e agradece,
O homem que tem dinheiro, nesta manhã mais enriquece,
Enquanto o menos favorecido um pouco mais se empobrece,
Quem perdeu o seu amor, de saudade se entristece,
Amar a primeira vez, o coração enobrece,
A mãe que perde um filho tem uma parte junto que falece,
Filho que perde sua mãe definha quase fenece,
Dos bons momentos vividos jamais a gente se esquece,
Nas horas de sofrimento até a alma padece,
Uma moça de família se elogiada se enrubece,
Já aquela que é da vida até apanha e não esmorece,
Amizade nasce forte, mas com o tempo enfraquece,
E se morre no caminho é porque ninguém a merece,
Por que é que esse poema termina sempre com "ece" ?
A gente lê, fica tonto, de algum jeito ele entorpece,
Perdi meu tempo aqui lendo, e ele nada me acresce,
A noite já vem caindo, a lua já no céu aparece,
É melhor ir me deitar, enquanto o dia adormece.
Julio Anselmo (http://www.julioanselmo.blogspot.com/)
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