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quinta-feira, 8 de julho de 2010

SE O SE NÃO MAIS EXISTISSE

Como tudo seria se o " SE " - conjunção subordinativa condicional – de repente deixasse de existir. Simplesmente o " SE " não mais existe. E agora ?

Para quem gosta de matemática, a nossa vida é cheia de equações muito complexas onde as variáveis são: a situação; as circunstâncias; os sentimentos; a vaidade; o orgulho; o momento; a época, a necessidade, a falta ou excesso de opções, etc. É claro que para resolver uma equação precisamos conhecer ou atribuir valores a todas as variáveis e feito isso temos um resultado que vamos chamar na nossa humilde filosofia de DECISÃO. Quando pensamos que a equação foi resolvida e que temos a melhor solução, surge alguém com uma outra incógnita, o SE, que poderia alterar o resultado da nossa decisão para um outra realidade-desconhecida.

Essa incógnita causadora das maiores confusões mental e sentimental, normalmente surge depois, bem depois que homologamos a solução da equação que resolvemos. Dependendo de como foi a conseqüência do resultado nasce uma outra equação para a nossa cabeça e muitas vezes em forma de conflito. Um lado pendendo para a crucial dúvida que caracteriza o SE e o outro querendo afirmar para nós mesmos que fizemos ou decidimos pelo melhor e faríamos tudo novamente.

Sem o SE não haveria a dúvida, a hipótese, a condição. A certeza reinaria sozinha . Muitas discussões se tornariam inócuas e se transformariam em uma grande perda de tempo. Acabariam as reflexões, aquela reflexão no sentido de analisar fatos ocorridos onde exercemos a opção ou influência.

Jamais iríamos dizer ou ouvir : SE eu não tivesse ido... SE eu tivesse escutado...SE eu não tivesse dito aquilo...SE eu tivesse ...centenas de coisas ou situações podem se encaixar aqui. Muitas reflexões sobre decisões ou atitudes passadas se tornariam desnecessárias e incabíveis.

Acabaria a angústia da dúvida sobre o passado. Sem o SE não poderíamos dizer que tivemos encruzilhadas na nossa vida. Não poderíamos mais afirmar que tivemos ou não tivemos opções . Sem o SE não seria possível fazer uma retro-análise de uma decisão que foi tomada ou que deixou de ser tomada. Sem o SE acabariam as escolhas, não seria possível dizer ah! seu tivesse escolhido isto no lugar daquilo.

Parece um paradoxo, mas viver uma vida só de certezas deve ser muito chato. Dá para imaginar como seria a nossa vida sem o desconhecimento e as incertezas do futuro e as dúvidas sobre as nossas decisões no passado ?

Não havendo SE - não esquecer que estamos brincando de filosofar sob a premissa de que tudo depende ou inicia com o SE - acabaria o arrependimento. Sem o SE tudo o que acontecesse em nossa vida seria culpa do destino, já que a opção não existiria. Com o SE existindo já esquecemos do livre arbítrio, imagina sem ele !

Imagine a nossa vida a partir de agora sem poder contar mais com o SE. Acabariam as dúvidas, os porquês, os arrependimentos, etc. O SE só existe por causa da dúvida e ou vice versa.

Humberto Chiaradia

(texto escrito e enviado pelo Humberto)

ER

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