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quinta-feira, 8 de julho de 2010

FARMÁCIA CASEIRA


Foi só precisar hoje de um ligeiro socorro, que me lembrei da nossa antiga farmácia caseira. Ficava guardada numa caixa de sapatos. Exceto o Leite de Magnésia Philips, que ficava ao lado da Talha de água de cerâmica. Penso que era pela maior umidade do local.
Não faltava o pó milagroso Anaseptil, que vinha numa embalagem de plástico na cor branca. Santo remédio para as perebinhas. O leite de magnésia era horrível. A gente só engulia uma colherada se fosse forçado.
Também, como diria um ex-ministro, era infaltável a latinha de pomada Minâncora. Servia para tudo. Tinha o vidrão bocudo de Sal de Frutas Eno, para o estômago. Tinha que ser tomado ainda fervendo para fazer efeito. Uma garrafa grande de Cachaça Canforada era de lei. Todas as casas tinham.
E o arsenal de comprimidos: Cibalena, Salopheno, Melhoral e a grande novidade que surgiu: Sonrisal. Maravilha.
Para abrir o apetite da criançada, Phimatozam (n?) era tiro é queda. Para lombrigas ? Licor de Cacau Xavier.
A mãe tinha de esconder o rolinho de esparadrapo York. A molecada usava para colar cadernos e fazer pipa.
Terrivel mesmo era o Merthiolate. Ardia prá burro. Em caso de arranhões era melhor rebocar -se todo de iôdo.
Pancadas de tombos ? Limão rosa quente com sal. No outro dia não tinha mais nada. Não irei nem falar do óleo de rícino (?) e do extrato de bacalhau.
No frio era bom passar manteiga de cacau nos lábios para não rachar.
Não achei nada disso !
ER

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