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domingo, 27 de junho de 2010

BANDEIRINHA LADRÃO !

Para mim é bandeirinha mesmo ! Nada de frescura de "auxiliar de arbitragem" e apontar irregularidades outras que senão impedimentos, laterais e escanteios. Já é muito. Têm que deixar a responsabilidade maior para os árbitros, que ganham mais.
Aliás sempre tive curiosidade de saber, o que leva um indivíduo a ser "bandeirinha". Nunca recebe um elogio. Ganha pouco. Trabalha quase sempre de roupas escuras e tristes. Leva insultos antes, depois e ao término das partidas.
Lembro-me de um pessoal da Boa Vista que aos domingos ia no estádio de futebol, só para xingar os bandeirinhas.
Os insultos mais leves eram de ladrões e vigaristas. Só uma vez na vida vi um bandeirinha perder a linha e revidar os insultos. Parou o jogo.
Foi demais. Um torcedor o insultou de "maluf". O cara saltou o alambrado e foi para o pau.
A maior glória para um bandeirinha no interior é ter que sair do estádio protegido e dentro de um camburão da polícia. Eles costumam ressaltar essa ocorrência nos seus currículos.
Assisti uma vez no estádio de futebol em Itajubá um episódio que passou para a história local.
Jogavam Vasco e Yuracan, com um torcedor fanático do Vasco ao lado do alambrado.
Tratava-se do Sr. Donguinha. Ex -ferroviário que se vestia como um Lord Inglês em tardes londrinas de corridas de cavalo.
Nunca em minha vida encontrei-o sem que ele estivesse de terno e gravata.
Ah ! ia me esquecendo: e um belo guarda-chuva com cabo de madeira. Essa foi a arma do quase crime.
O bandeirinha, na análise sempre parcial do Sr. Donguinha, estava prejudicando o Vasco e antes de terminar o primeiro tempo, o velho elegante já tinha esgotado o seu abastado estoque de palavrões. E ele não gostava de repetir.
Numa corrida do bandeirinha (era charreteiro fora do futebol) para acompanhar uma jogada, o Sr. Donguinha enfiou o guarda-chuva pelo vão do alambrado, segurando-o pelo pé (se é que guarda-chuva tem pé) e passou o cabo de madeira no pescoço do bandeirinha, que caiu de costas, quase sufocado.
Foi uma enorme correria, com o policiamento dando voz de prisão para o dono do guarda-chuva. O bandeirinha foi levado para o SAMDU e sobreviveu com um forte vergão no pescoço.
Hoje os bandeirinhas na África mereceriam ter um Sr. Donguinha por perto.
ER

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