A história tem sempre mais do que uma versão. Depende de quem a conta. Por exemplo, a Guerra do Paraguai. Quando criança no Grupo Escolar e no Ginásio foi me ensinado que o Paraguai atacou covardemente o Brasil e que o líder paraguaio Solano Lopez foi um ditador cruel e implacável. Por volta de 70 ou 80, por curiosidade, resolvi reestudar a história do confronto, onde a chamada tríplice aliança (Brasil/Argentina/Uruguai) derrotou nossos irmãos guaranis.
Por uns tempos, influenciado pelas leituras fiquei com a ideia que o Paraguai foi vítima e o Solano Lopes um herói.
Agora estou lendo um livro que tenta colocar os pingos nos ís. Diz que Solano Lopez era um despreparado e dono de uma vaidade incrível. Portava uma espada incrustada de diamantes. Sacrificou tropas inteiras.
Com seus soldados esfarrapados e esfomeados ele passou cinco anos fugindo das tropas aliadas. A guerra teve fim na batalha de Cerro Corá em 1870.
O autor conta que foi fácil para os adversários, reconhecerem Solano Lopez no campo de batalha.
Ele era o único gordo.
Aliás, afirmam que época, ele era o único gordo em todo o Paraguai.
Viver é perigoso. Viver gordo é mais perigoso.
ER
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