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quinta-feira, 18 de março de 2010

ANIVERSÁRIO DA CIDADE EM FAMÍLIA

Itajubá completa hoje 191 anos. Pensamos em falar de uma família local, mas sem tempo para pesquisas, sobrou falar da minha.
O Sr. João Martinez Ripol casado com a Sra. Francisca Martinez Riera, nascidos em Barcelona, na Catalunha, vieram para o Brasil em 1895.
Nesse mesmo ano chegava para estudar Belas Artes em Barcelona, o malaguenho Pablo Picasso. Já vieram com os filhos Jayme, Loretto, José e Elvira. Segundo as conversas de inverno à beira de fogão de lenha, sairam da Espanha em buscas de novas oportunidades e porque não, para escapar de perseguições políticas.
Jayme chegou com nove anos e a família fez de tudo um pouco no caminho de São Paulo para Minas.
Com as crianças crescendo e já ajudando, sairam pelo Sul de Minas afora. Já moços, José que tinha o dom musical foi para São Paulo, onde trabalhando e estudando música, chegou a Orquestra Filarmônica de São Paulo. Nas noites de folga tocava nas orquestras populares da capital paulistana.
Loretto, boa pinta e bom de conversa foi para o Rio de Janeiro, onde montou uma banca para vender miudezas diversas e por lá ficou. A jovem Elvira, casou-se com bom homem e foi residir em Cachoeira dos Ouros. Sobrou o Jayme, teimoso, calado e corretíssimo.
Em 1891, portanto cinco anos mais nova do que o Jayme, nascia em Manciano, no Sul da Itália, Térça Trédicce, filha do casal Vitório Trédicce e Ildegonda Santinalli. O casal veio para o Brasil na mesma ocasião, trazendo também a sua outra filha Sylvia.
O Sr. Vitório era um excelente construtor e no Brasil se estabeleceu na região de Ouro Fino e Borda da Mata.
Um belo dia se encontraram o espanhol sizudo e a simpática italianinha. Não deu outra: Casaram-se e foram morar em Pouso Alegre.
A outra irmã de Térça, ou seja, a Sylvia, casou-se para melhor gosto dos seus Pais, com um rapaz produtor de vinho de Ouro Fino, o Sr.Primo Mainardi.
O casal Jayme e Térça rodaram pelo Sul de Minas a se fixarem em Silvestre Ferraz, atual Carmo de Minas.
Ali ganharam mais filhos e perderam todos os bens materiais numa enchente. Viveram de favor em um porão de um casarão e receberam ajuda dos moradores da cidade, através de uma lista de contribuições.
A família se virava com os filhos vendendo pães, roscas e bolos produzidos pela mãe, Dna. Térça.
Vendo mais perspectivas em Itajubá, Jayme veio com os dois filhos mais velhos e começou a montar a Padaria Boa Vista, e em pouco tempo foi buscar o resto da família.
Estamos falando do final dos anos 20.
O casal teve 9 filhos. Antonio, Luís, Geraldo, Olívia, Mário, José, Maria, Oswaldo e Tereza.
Hoje continuam conosco, Oswaldo e Tereza. São muitos netos, muitos bisnetos, muitos trinetos e alguns tataranetos.
E o curioso: Temos entre os descendentes muitos médicos, engenheiros, dentistas, advogados, economistas, professores, publicitários, jornalistas, farmacêuticos, enfermeiras, comerciantes, etc, porém, inexplicavelmente, não temos nenhum padeiro.
Digo, padeiro profissional, pois fazer pão quase todos sabem.
Dna. Térça faleceu em novembro de 1958 e o Sr. Jayme a seguiu exatamente um ano após.
Os imigrantes e os seus filhos nunca tiveram oportunidade de retornar e conhecer os Países de origem. Essa alegria ficou para os que vieram depois, graças aos esforços dos primeiros.
Na foto acima (by Thales), a Boa Vista deles, com destaque ao fundo para a Igreja de São José.
Tirando os bisavós João, Francisca, Vitório e Ildegonda, pela graça de Deus, tive a oportunidade de conviver com todos os mencionados, Avós, Tios Avós e Tios.
ER

4 comentários:

wartão disse...

Parabens Zé! É uma linda história de família e exemplo para muitas outras. A verdade é que me parece que os nossos antepassados tinham muita fibra e coragem. Coisas que faltam para algumas famílias mais atuais.
Existe um ditado que diz:
"Quanto maior a dificuldade do passado, melhor é o futuro"

Anônimo disse...

Parabéns a todos da Fámilia Riera, pois sempre foi um exemplo de raça e persistência em seus objetivos.

Paulinha Chaves disse...

Zezinho, eu estou emocionada! Eu amo essa história. Minha avó não se cansava de me contar, sempre que a gente se reunia eu ouvia mil histórias. Você bem podia escrever um livro! ... ou quem sabe um espaço aqui no blog para um álbum de família, tem tanta história bacana, minha mãe também adora! Super beijo e agradeço ser parte dessa história.

Edson Riera disse...

Paulinha,

Tudo o que temos e o que somos vieram deles. Vou continuar falando de todos.
Um abração na sua casa
Zezinho