DISCRETA FAMÍLIA

Não tive ainda a oportunidade de conhecer pessoalmente, nenhum dos membros (êpa) da tradicional família "Anônimo", que têm entre os seus filhos, assíduos participantes dos comentários do "viver é perigoso".

Pelas poucas informações que tenho, são descendentes do competente Professor alemão Dr. Richard K. Anônimo que fugindo da Primeira Guerra Mundial, chegou a Itajubá para lecionar "tecnologia dos materiais", no Instituto Eletrotécnico, convidado que foi pelo Dr. Teodomiro.

Fiquei sabendo também, que o bem apessoado alemão, não chegou a dar nenhuma aula no Instituto, em razão de sua extraordinária fuga com a esposa de um fazendeiro de Brazópolis, decorrido apenas uma semana da sua chegada.

Ele não falava português e nem a jovem e bela Senhora o alemão. Foi o primeiro caso de amor à primeira vista ocorrido na cidade. Também dizem que daí saiu a inspiração para a magnífica frase "Revelemo-nos mais por atos do que por palavras".

Essa bela história de amor aconteceu em 1913. O casal, já com 7 filhas, retornou para a vizinhança (Charco) de Itajubá em 1925.

O Dr. Anônimo foi pioneiro na criação de trutas na Serra da Mantiqueira.

Todas as filhas se casaram e essas, também, só tiveram filhas. Daí veio a expressão que ficou famosa no Brasil: Aí tem truta !

Com essa mulherada toda casando, o sobrenome "Anônimo" foi sumindo. Hoje em Itajubá, têm muito Rennó, Faria, Salomon, Carneiro, Azevedo, Lamoglia, Almeida, Chiaradia e afirmam, até Mohallen, que são "Anônimos".

Têm como característica principal a timidez e costumam caminhar sempre pelas sombras.

São pessoas de bem e transparentes. Não gostam de aparecer.

Respeito-os.

ER