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sábado, 19 de dezembro de 2009

VIVER É LUTAR


Aprendi a ler com pouco mais de cinco anos. E não parei mais.Isso foi ruim, pois sabia ler e não sabia escrever.
Tive e ainda tenho dificuldade com a escrita.
Com certeza, desde os dez anos leio diariamente um jornal. Meu Pai assinava em 1957 o Diário de Notícias do Rio de Janeiro. O jornal só chegava no dia seguinte e o meu Pai tinha que buscá-lo na caixa postal do correio. Às vezes, ele passava três dias para buscá-los. Eu sempre ficava cobrando.
Digo isso pois, em 1957 eu acompanhava pelo jornal a revolução cubana, que no princípio não tinha nada de comunismo e ditadura.
Era uma luta para derrubar o governo corrupto de Fulgêncio Batista. Tinha como meus heróis, vejam só, Fidel, Raul Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos. Dos quatro, somente Cienfuegos nunca abandonou os ideais de liberdade. Remover formatação da seleção
Os revolucionários cubanos saíram do México (82 combatentes) no barco Granma e, ao desembarcarem clandestinamente em Cuba, foram recepcionados a tiros. Sobraram somente 22. Refugiaram-se em Sierra Maestra e dali foram avançando até tomar Havana.
Camilo Cienfuegos morreu (foi morto) depois da revolução vitoriosa em um acidente ocorrido com o pequeno avião em que viajava.
Mas também, sempre admirei o médico(formado na Colombia) argentino Che Guevara. Pela sua luta, pelo seu envolvimento e não pela ideologia que adotou.
Ainda rapaz, aprendi a fazer colagem com tinta nanquim em folha de cartolina e isso fiz da famosa fotografia ao lado. Fiz também para muitos colegas.Che durante muito tempo dividiu a parede do meu quarto com o lendário Ho chi Minh, herói do Vietnan, que derrotou os Franceses e os Americanos, o que não foi pouco.
Eu já tinha vinte anos quando, em 1967, Che foi preso e morto na Bolívia, praticamente como um farrapo humano. Estava no lugar errado, na hora errada e lutando pelo que não valia a pena, ao meu modesto ver. Ele estava com 39 anos.
O pior que pode acontecer a um menino é mirar-se no herói errado. Continuo achando que não errei, embora não concordasse com as ideologias dos dois. Escrevo isso porque um menino, meu vizinho, tem como herói o cantor e compositor Cazuza. Não acho legal.


ER



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