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terça-feira, 22 de dezembro de 2009

CARTA NA ÁRVORE DE NATAL

Como sempre faço nas vésperas de natal, passei ontem a noite na casa de José Tipica, o meu guru terreno. Levei-lhe uma garrafa de vinho, conforme indicado pelo Alfredo Junta, grande entendedor da área. Levei-lhe enrolado num saquinho usado de papel de padaria, um ChâteauYquem safra de 1945, para tomar beliscando tâmaras egipcias do Vale do Nilo.
A conversa foi rápida e o natal em sua casa não será muito alegre, pois seus filhos (3), estão morando fora do País e não poderão vir para o natal.
Mas já nas despedidas, vi de relance uma cartinha pendurada na arvorezinha de natal dirigida ao Papai Noel. Ele notou a minha curiosidade, retirou-a do galho do pinheirinho natural, abriu e me ofereceu para leitura. Um pouco constrangido, li:
Dezembro/2009
Meu Pai e amigo,
O Senhor já sabe que tenho tudo o que quero e tudo que preciso. Mas tomo mais uma vez a liberdade de pedir para os meus filhos, que te respeitam muito;
  • Que eles encontrem alguém para caminharem juntos como eu encontrei.
  • Que eles tenham o tratamento ultra especial e a relação de entendimento e camaradagem que recebo e tenho com o Senhor.
  • Que eles adquiram com o tempo a capacidade de enxergar ou vislumbrar o que está vindo por detrás das curvas, como eu estou tentando.
  • Que eles, sem nenhum traço de arrogância se mantenham distante de qualquer tipo de humilhação.
  • Que eles mantenham inabalável o sentimento que os unem.
  • Que eles se emocionem com o hino nacional, com uma música bonita, com um velhinho de olhar distante, com uma criança descobrindo coisas, com um tapinha nas costas, uma lágrima escorregando furtiva ou simplesmente um olhar doce.
  • Que eles não antecipem ao tempo e também não esperem acontecer. Façam a hora.

Se o Senhor puder atender, para mim está ótimo e lhe agradeço muito.

José Tipica

(Saí de fininho e deu para reparar que o Papai Noel dele é muito mais poderoso.)

ER

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