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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

VENDO O SOL NASCER QUADRADO

Início dos 60, domingo de carnaval,à tarde, um grupo de cinco rapazes de Itajubá resolveu tomar umas cervejinhas no Bar do Zé do Tronco, em Brazópolis.
Estavam num jipe Willis da fábrica de doces Vera Cruz, dirigido pelo Chiquinho Valente, filho do Sr. Manoel Valente sócio daquela empresa; mais o Renato Carneiro (da sorveteria),
mais o João Corrêa (que há pouco nos deixou) e o Evanir Alkmim (do Hotel Alkmim ).
Com o jipe estacionado em frente ao bar do Zé do Tronco e ao lado do Clube Recreativo, três tomavam cerveja dentro do bar e dois zanzavam pela praça, apreciando as meninas.
Lá pelas tantas, desfilou pela praça, (esclarecido mais tarde), uma jovem Senhora carioca em trajes bem avançados para a época. Um dos rapazes lhe fez um ligeiro elogio. A mulher era esposa de um Juiz ou Promotor, recém transferido para aquela Cidade.
Mais tarde, com todos os cinco rapazes sentados em torno de uma mesa no interior do bar, o Sr. Zé do Tronco, que conhecia as famílias de todos, gritou: Fujam que está vindo uma guarnição da Polícia para prende-los por desrespeito a esposa do Juiz ou Promotor. Depois vocês acertam a conta.
Quando a Polícia surgiu na Praça, o Jipe já estava ligado e alguns só conseguiram pular para dentro já na esquina de baixo, com os Policiais correndo atrás.
O jipe saiu de Brazópolis pela estradinha de terra da máquina de arroz e disparou em direção a Itajubá.
Passado o susto e já chegando em Piranguinho, os idiotas resolveram parar no Bar do Sr. Lico, para mais umas cervejinhas, agora acompanhadas pelo famoso pastel.
Após mais ou menos 1 hora, saíram todos com a próxima parada definida para Itajubá.
Surpresa!! A estradinha que existia atrás da Barraca Vermelha estava bloqueada pela Policia.
Tinha uns oito amarelos, chefiados pelo Sargento Tiãozinho. O pau comeu solto a base de cassetete. Tiraram os cintos, os sapatos, as camisas de todos, e os conteúdos dos bolsos.
E de volta para Brazópolis. Silêncio total, com os cinco deitados no piso de uma kombi.
A chegada à delegacia foi triste. A metade da população estava esperando, e os cinco seguindo em fila indiana para a cela.
Antes de serem colocados na cela, o carcereiro molhou todas as paredes e o piso com um esguicho. Isso já era umas 18.00 horas. Não se podia sentar e nem encostar.
No Baile do Clube de Brazópolis, ali pelas 02:00 horas da manhã, o Sr. Ari, gerente da Casa Dois Irmãos, soube da história dos meninos de Itajubá que estavam presos. Curioso, ele deixou a sua família no Clube e foi até à Cadeia para ver se conhecia algum dos detentos.
Simplesmente conhecia todos.
Ralhou com todos e foi atrás de um advogado para tentar liberar os rapazes. Com muito custo, o Juiz, que também estava no Clube, foi até lá; fez o Boletim e os liberou com a recomendação de nunca mais pisarem em Brazópolis.
Chegaram a Itajubá quando estava encerrando o baile no Clube Itajubense.
Ah! o quinto elemento era eu.

O Gilbertinho Faria e o Dr. Aldo, só escaparam dessa porque estavam recolhidos no Carnaval (pertenciam ao TLC) no retiro da Juventude Católica, no Colégio das Irmãs. Muita sorte...



ER





















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