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domingo, 22 de outubro de 2023

NOUVELLE VAGUE *

Jean Luc Godard

Nos anos 60 e 70, a diversão máster na terrinha era o cinema. Os chics Presidente e Alvorada, o velhinho Apolo, o distante FI e o espetacular Cine Paratodos, na Boa Vista, é claro.

Por essa época, creio que por questão de contrato, exceto no Alvorada, que só passava "filmaço", os cinemas, obrigatoriamente, tinham que passar, durante a semana, uma "bomba" francesa ou italiana.

A "esquerda caviar" da época não perdia uma sessão dessas.

Filmes da chamada "Nouvelle Vague".

Os filmes dos diretores como Godard, Truffaut, Resnais, provocavam na esquerda festiva estudantil, grandes debates nos bancos da Praça.

Fitas (assim eram chamadas) em P&B, parca iluminação, pessoal triste, músicas estranhas e histórias sem pé nem cabeça.

De repente, no meio do filme acontecia o fim. No fim, começa a história e o meio ficava perdido. Subitamente as cortinas fechavam, as luzes eram acesas, casais de namorados surpresos e assustados e a plateia atônita.

Ai de quem fizesse um comentário negativo sobre a película. Alta cultura. No máximo, se poderia comentar: "não gostei do filme, mas o diretor é genial "

* A Nouvelle Vague (Nova Onda) foi um movimento artístico do cinema francês que se insere no movimento contestatório próprio dos anos sessenta. As características mais marcantes deste estilo são a intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido, através do amoralismo, próprio desta geração, presente nos diálogos e em uma montagem inesperada, original, sem concessões à linearidade narrativa.


Viver é Perigoso

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