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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

O GRANDE NEGÓCIO !



O Ministério da Educação teve de cumprir, entre março e início de agosto, uma decisão judicial por dia em meio à corrida de empresas privadas de ensino por liminares que buscam a abertura de cursos de medicina.

A pasta registra 335 pedidos em tramitação por força de liminares obtidas por empresas. Esses processos representam uma demanda por 57.743 novas vagas. Se efetivado, o número mais que dobraria o tamanho da rede de ensino particular na área.

As empresas privadas de ensino superior têm forte interesse na abertura desses cursos. Esses 335 processos em trâmite significam um mercado estimado em R$ 67 bilhões, segundo relatos colhidos com consultores do setor.

"Hoje há uma pressão vinda da força do setor privado, com grandes empresas que viram nos cursos de medicina a galinha dos ovos de ouro, e também de parlamentares e prefeitos.

Um curso de medicina com cem vagas vale cerca de R$ 200 milhões, levando-se em conta negociações recentes. Alavancam os valores no mercado as altas mensalidades (a média no país é de R$ 9.000) e excelentes taxas de permanência dos alunos.

Há um debate sobre qual o tamanho da necessidade de ter mais médicos no Brasil, que envolve também discussões sobre a qualidade dos cursos, os esforços para uma melhor distribuição dos profissionais no país e a liberdade das empresas em expandir a oferta. Isso envolve governo, entidades médicas, especialistas, empresários e políticos.

Em janeiro de 2023, o Brasil contava com 562.229 médicos, o que corresponde à taxa nacional de 2,6 médicos por 1.000 habitantes. Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil, coordenado pela USP (Universidade de São Paulo).

Esse índice equipara o país a nações desenvolvidas. Mas tal taxa camufla desigualdades regionais: no Pará, por exemplo, a proporção é de 1,18 médico por 1.000 habitantes.

FSP

Blog: Só registrando, a ex-nossa Faculdade de Medicina de Itajubá, foi vendida (creio que em 2018), para a empresa AFYA, que segundo dados de jornais, teria hoje capital majoritário do grupo alemão Bertelsmann
A AFYA está em Wall Street com a abertura de capital na Nasdaq.

Viver é Perigoso

Um comentário:

Anônimo disse...

Tinham que proibir a abertura de novos cursos de direito, também. Só em Itajubá são três, vomitando cerca de 150 bacharéis por ano e, em sua maioria, sem a menor condição de serem absorvidos pelo mercado de trabalho ou passarem no exame da OAB. Conspirador da Mantiqueira.