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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

DURA CONSTATAÇÃO

Roberto Barbosa (Tribuna da Imprensa)


Cargo de primeiro escalão nos Ministérios já foi tarefa para estadista. Por lá passaram figuras como Ruy Barbosa, Oswaldo Aranha, Gustavo Capanema, Darcy Ribeiro, Celso Furtado, Roberto Campos, Delfim Neto, Mário Henrique Simonsen, Tancredo Neves, José Maria Alkmin e tantos outros que poderia aqui enumerar.
Nos últimos tempos, principalmente na era petista, este ofício se transformou em caso de polícia. A banalização levou ao desprestígio, de forma que hoje é impossível encontrar um único membro de primeiro escalão que detenha o perfil, a experiência e capacidade de muitos antecessores que passaram por Brasília.
O mérito determinava a escolha dos colaboradores dos presidentes. Estofo moral e intelectual pesavam na escolha. Hoje isso se tornou bobagem, porque no Brasil sarjeta chegou ao poder. Só no governo Dilma, seis ministros deixaram o cargo depois que a imprensa denunciou envolvimento direto desses colaboradores da presidente em casos de corrupção.
É desalentador. Os ministérios se tornaram abrigos de organizações criminosas, especializadas em malversação do dinheiro público. O processo de escolha desses colaboradores é o passaporte para entrada dos criminosos na vida pública. Qualquer um pode ser ministro, basta que tenha um partido com bancada razoável para cobrar a parte que lhe cabe nas negociatas de cargos em troca de apoio político no Congresso.

Roberto Barbosa

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