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sábado, 27 de agosto de 2011

MEU VIZINHO DO 48

Post da Mahbet1

Hoje... por acaso encontrei um recorte de jornal, datado de 1984. Era uma homenagem do nosso vizinho, perante a morte do amigo. Será que os vizinhos de hoje, ainda são tão vizinhos assim? Transcrevo-o: O meu vizinho do 48 O meu vizinho do 48 foi-se embora.Empreendeu a viagem sem volta. Aconteceu no dia 15. Não creio que ele tenha chegado a saber de onde viera e para onde foi. Deixou vestígios de sua passagem pelo mundo. Palpáveis. Muitos filhos, muitos netos. Realizou-se na perpetuação da espécie; no crescei-vos e multiplicai-vos. De alguns meses a esta data, era raro o dia em que não fosse visto refestelado numa poltrona do alpendre de sua casa, bem na frente da casa em que moro.Boa disposição. Boa aparência.. Porte garboso. Parecia estar ótimo. Jamais me passou pela cuca, que ele, consciente disso, estivesse com seus dias contados. É que, por certo, ele usava uma espécie de disfarce, com o qual conseguia adiamentos vários,assim como manter, nos que com ele se avistavam, a impressão de que estava bem. Muito bem mesmo! Agora...a poltrona diuturna e frequentemente ocupada, está vazia. Não mais vida esfuziante. Só a tristeza e a nostalgia ante o inelutável, inescapável. A poltrona do vizinho está vazia Quem a enxergava tomada, Toda ancha, por sentir-se requestada, Não há negar; é envolvido Pelas brumas da tristeza e nostalgia (Djarmo Henriques, vizinho do 43)

Mahbet1

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