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sábado, 18 de junho de 2011

REBELDES DO ÓCIO

Do Construindo Pensamentos:

Há algumas décadas, lutar por direitos era “enfrentar regimes de força”, lutar contra o “aparelho de repressão do Estado” e “fazer revoluções”. Hoje tudo se resume a fechar ruas.
Sujeito quer mais salário? Fecha a rua. Quer uma gratificaçãozinha? Fecha a rua. Quer auxílio-alimentação? Fecha a rua. Quer que suas drogas preferidas sejam legalizadas? Fecha a rua. Quer contar que ama alguém do mesmo sexo? Fecha a rua. Qualquer coisa é motivo pra fecha ruas, o que acaba fazendo com que elas sejam fechadas por motivo nenhum…
Por todo o Brasil, vemos a chamada “temporada das greves”: os sindicatos ligados ao funcionalismo públicos (claro!) estão há semanas fechando as principais ruas das cidades, reclamando dos salários achatados e arrochados que recebem – tadinhos! Eu não me atrevo a dizer se os percentuais oferecidos são bons o bastante, ou não. O que eu queria mesmo era saber como diabos fechar uma rua vai mudar isso!
Aí a gente dá uma volta no meio da balbúrdia, olha na cara dos manifestantes e percebe que são todos daquela geração de 1968, sabem? São a galerinha que era jovem naquele longínquo mês de maio, e viu os europeus arregaçando e indo pro pau contra “os repressores”. E ficaram fascinados com isso, sonhando também eles em sair caminhano e cantano e seguino a cançao pra cima dos repressores.
Só que os europeus vivem… na Europa! E lá, mesmo nos idos de 1968, estava em plena vigência o sistema democrático, que permite – vejam que coisa! – a manifestação até mesmo dos que não querem tal sistema (e muita daquela molecada ia pra rua gritar “Viva Marx, Lênin e Mao Tsé-Tung, algo que, convenhamos, não tem qualquer relação com a democracia…).
Já aqui, no mesmo período, vivia-se uma ditadura das brabas e sair às ruas jogando tijolo na polícia não era pra qualquer pirralho esquerdista, não. Só tinha coragem de fazer isso aquela esquerda-de-raiz, a esquerda-moleque, a esquerda-arte. Essa esquerda-de-resultado que tá aí hoje em dia, sentada à mesa junto com Sarney e Collor, se cagaria de medo!
Isso nos legou uma inteira geração que não viveu sua rebeldia política na “idade certa”, e que agora… bem… fecha ruas. E como essa geração cresceu e entrou nos sindicatos, nas universidades, nas escolas e nos movimentos sociais, temos várias outras gerações, mais jovens, sendo educadas por eles na lógica dessa rebeldia do ócio, que transformou greves em torneios de dominós e carteado. Eu imagino Marx vendo seus discípulos fazendo “greves de advertência” só pra ficar ouvindo Geraldo Vandré e jogando baralho na frente de um órgão público. Consigo até vislumbrar perfeitamente o barbudo vermelho de vergonha…
Forma correta de desobstruir vias públicas tomadas por grevistas.
A verdade é que os rebeldes do ócio precisam fechar as ruas. Esse é o – como direi? – “rito de passagem” deles. Ninguém no Brasil pode-se dizer universitário engajado, se não foi “passeatar” contra qualquer coisa. Nem servidor público oprimido, se não grevou e fez coraçãozinho com as mãos na cara de alguns PMs. É o fetiche deles, entendem?
Como professores piqueteando avenidas levarão a educação do país a ser melhor? Ninguém sabe explicar… Como enfermeiros e médicos gritando em megafones na frente dos hospitais trarão melhores condições de atendimento para os doentes? Nenhuma pista… Como policiais e bombeiros trancando viaturas nos quartéis conseguirão melhorar os índices de segurança pública? Nenhum especialista sabe dizer…
Daí minha facilidade em concluir que: 1) tão todos preocupados com os próprios bolsos acima de tudo – lutar contra as injustiças sociais my balls!; e 2) tão exercitando sua “utopia” fazendo a revolução possível, já que coragem pra pegar em armas e partir pro pau contra a “burguesia”, bom… essa galerinha aí?! Francamente… Eles marcam as greve pro horário comercial pra poder chegar em casa a tempo de ver as novelas da Globo…
Enquanto eles brincam de “outro mundo possível” nas escolas, nas ruas, campos, construções, quem sofre são os cidadãos que lhes pagam os salários. São estudantes de escolas públicas e doentes de hospitais públicos, reféns de movimentos via de regra partidarizados. E a parte de servir ao público em si, que deveria ser, creio eu, a essência de todo aquele que escolhe uma carreira pública?
Afinal, ninguém é obrigado a ser arrochado e oprimido pelos governantes, não é mesmo? Não tá bom o salário, a estabilidade e as vantagens do serviço público? Bem, vai ser piloto de Fórmula 1, amigo. Ou qualquer outra coisa, sei lá… O que não podem é ficar sabotando a própria sociedade a quem deveriam servir, que se torna a única vítima dessas greves. Não esqueçamos que o “patrão” dos servidores públicos é o conjunto do povo pagador de impostos, não um prefeito, um governador ou um presidente.
Deixem de rebeldia adolescente tardia. Encerrem esse carteado, desocupem essas ruas e avenidas e voltem ao trabalho, sim? Caso contrário, o Estado democrático de direito, por meio de seu braço legal, será obrigado a distribuir as palmadas que vocês deixaram de receber dos pais na época certa…

construindopensamentos.wordpress.com



2 comentários:

Anônimo disse...

Porque Hoje É Domingo
Wilson Simonal
Composição : Tibério Gaspar / Antônio Adolfo

Hei, você, do jeito triste,
faz de conta que mudou
Alegria ainda existe,
porque hoje é domingo e já raiou

Hei, você, do terno escuro
quanto tempo trabalhou
Pense menos no futuro,
porque hoje é domingo e já raiou

E a moça arranjou um namorado
E a rosa se abriu sobre o luar
E a banda tocou mais um dobrado
E é tanto biquíni à beira mar

E o homem flutua pelo espaço
E a escola de samba desfilou
E choro no riso do palhaço
Porque hoje é domingo e já raiou

Hei, meu povo, o tempo avança
e a semana terminou
Riso solto, pé na dança
Porque hoje é domingo e já raiou


E a moça arranjou um namorado
E a rosa se abriu sobre o luar
E a banda tocou mais um dobrado
E é tanto biquíni à beira mar

E o homem flutua pelo espaço
E a escola de samba desfilou
E choro no riso do palhaço
Porque hoje é domingo e já raiou

Hei, meu povo, o tempo avança
e a semana terminou
Riso solto, pé na dança
Porque hoje é domingo e já raiou
Porque hoje é domingo e já raiou
Porque hoje é domingo e já raiou...

Anônimo disse...

Hoje acordei feliz, é domingo.

Mexi os dedos dos meus pésinhos normais, calço o 45 e eles mexiam. Estou vivo!

Dei uma vista de olhos pela Internet para saber se por acaso teria havido durante a noite mais um dictadura que teria sido derrubada, mas nada, talvez amanhã, que a esperança fique.

Acendi o candeeiro da mesa de cabeceira... acendeu! Digo isto porque ontem alguém do Luso me perguntou se não havia luz em minha casa e tenho, eu desconfiei da pergunta, não fosse ele pertencer à companhia de electricidade e vá-se lá saber porquê, poderia ter muito decidido de me cortar a luz, pois que acontece de enviarem notas de electricidade a pagar que mesmo se a pessoa vivesse 100 anos sem apagar a luz era muito mais barato.
É a informática dizem eles, esquecem-se que a informática é como nós, digere o que lhe dão a comer, por favor caros amigos, não brinquem com a rapaziada, ou seremos a vosso ver, todos parvos?

Abri a janela do meu quarto, a montanha lá estava bela como sempre, não tinha mudado.
Levantei-me cedo eram apenas 10 horas e 40 da manhã.
Quando andei na escola, era-mos obrigados a dizer 10 horas ou 22 horas e todos sabíamos se era pela manhã ou à noite. Hoje não é assim.

Ouvimos a Rádio ou a TV e os senhores jornalistas, muito instruídos, com medo que ninguém saiba a quantas andamos, que dizem: são 10 horas da manhã ou então, são 10 horas da noite...! e para cúmulo, até uma vez uma jornalista em reportagem no exterior, disse que eram 12 da manhã! Sim, juro-vos que é verdade ao ponto de eu ter enviado à RTPI um correio electrónico a assinalar o caso, não tive resposta e fiquei convencido que era ela que tinha razão.

Como deveria de ter tido razão uma outra jornalista que certo dia e ainda não há muito tempo, creio que o ano passado e os nossos amigos Lusos de Portugal se devem de lembrar de dois afogamentos num rio em Portugal

Uma barcaça afundou-se, o pai morreu afogado e o corpo foi encontrado o filho só foi encontrado no dia seguinte.

Uma jornalista da RTP, fez a reportagem e só disse este belo disparate
O corpo do jovem foi encontrado, mas quando os bombeiros chegaram, o cadáver estava morto1

Há mesmo muito a fazer na língua Portuguesa, mas entretanto, vão dizendo : faits divers, jamais.etc

Bravo, senhor Ministro.

Mas voltando a mim mesmo.
Levantei-me, desfiz a barba, tomei o meu banho e se fosse jornalista, era capaz de dizer que a água estava molhada, mas eu não digo. E tomei o meu café.

O que não fiz. Não fui à missa pois que não sou vira casacas, também me proibi de comer peixe à sexta-feira e os dentes não caiam por isso.

Hoje deu-me para isto, talvez porque seja domingo e nada tenha a fazer, aliás, os outros dias também não!

Tenham todos um bom domingo e muito feliz