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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

CIDADE SEM MEMÓRIA

Para alegria geral de muita gente, a imprensa local noticia hoje que foi entregue pelo judiciário ao Município de Itajubá, o prédio e a área onde funcionou a empresa Cabelte SA.
Relembrando:
O Grupo Português NQF - ainda na primeira administração do Prefeito Francisco Marques, após árduas negociações resolveu investir em Itajubá, implantando duas unidades produtivas.
A Cabelauto, que produz cabinhos de fios de cobre recobertos, principalmente para a indústria automobilística e a Cabelte, que produziu por alguns anos, cabos de fibra óptica, inclusive OPGW.
Por razões empresariais, foi decretada a falência de ambas as empresas, que sempre tiveram vidas próprias e independentes.
Num gesto inovador do Juiz Palmieri, as empresas continuaram funcionando, sob condições especialíssimas. A Cabelte conseguiu produzir e entregar todos os seus pedidos que ainda se encontravam em carteira.
A Cabelauto, contando com o apoio do judiciário e a extraordinária dedicação de seus funcionários, conseguiu se recuperar. Quitou suas pendências e sem paralizar suas máquinas por um dias sequer, continuou com importante participação no mercado.
Por que o prédio da Cabelte e seu terreno estão sendo entregues ao município de Itajubá ?
Na área onde se encontram as empresas, existia (terceirizada) uma plantação de batatas. A PMI, na ocasião, tentou negociar a sua desapropriação com os proprietários de forma amigável. Como não se conseguiu, após as devidas avaliações legais, o valor foi pago e depositado numa conta específica. 
O que o Sr. Prefeito não deve saber e nem a maioria da população, foram os cuidados que tiveram os negociadores locais (PMI, EFEI, CDL e ACIEI) em, pela primeira vez, diga-se de passagem, em negociações desse tipo, fazer constar uma cláusula resguardando os interesses municipais: "Caso a empresa não cumprisse determinados compromissos, de faturamento, nº  de empregos, etc, durante determinado tempo, o bem imóvel retornaria ao doador, no caso Itajubá. É justamente isso o que está acontecendo.
Registre-se, que durante o seu período de funcionamento, a empresa gerou empregos e um elevado faturamento, que naturalmente retornaram ao município através de impostos.
Atualizando:
Entre renegociar a ocupação com um novo investimento, reformar o prédio para servir como um centro de eventos, exposições, etc, temos informações que o Sr. Prefeito decidiu pela sua venda.
Deve estar precisando de recursos.
Alerta: O prédio foi construido com base solida para suportar equipamentos pesados. Trata-se de uma construção especial.
Vender é mais fácil. E o mais fácil é a especialidade de muita gente. 

ER





12 comentários:

Anônimo disse...

Que absurdo fizeram com esta gente!
Não sei como aguentam ! Mas com certeza vão pagar.......

Anônimo disse...

Tai uma historinha interessante, espero que um dia ainda seja contada direitinho....alias em todas as doações do poder publico existe um protocolo de intenções para ser cumprido....tem muita conversa fiada....

Edson Riera disse...

Anônimo,

Taí uma história que conheço bem. Nesse projeto (Cabelte/Cabelauto) aconteceu uma participação marcante, da Unifei, do CDL e da Associação Comercial. Essa cláusula (do retorno do terreno, com o prédio construído) foi pioneira em minas Gerais. Itajubá doou o terreno, recebeu impostos e salários e um prédio pronto.
Duvido que nas cessões de áreas e prédios feitas posteriormente, tiveram esse cuidado.

edson

Aldo disse...

Então que alguém ou um grupo de Itajubá compre o local para fazer o centro de eventos, de casamentos, de formaturas...
Ou um grupo. Taí Zezinho, larga de guardar dinheiro no colchão e vamos comprá-lo.

Anônimo disse...

Edson,
Para vc saber o que esta acontecendo é só fazer uma relação entre o terreno do centro administrativo, que a prefeitura pagou a mais 5 milhões.
A venda dos prédios industriais o lucro tem o mesmo destino.
Entendeu?

Anônimo disse...

O objetivo de trazer estas empresas e qualquer outra empresa é maior que isso ou não ?
Tudo bem...mas de toda forma o municipio perdeu...porque sera que estas empresas foram a falencia? , Porque as entidades ACI ,CDL,SIMMEI, PMI não ajudaram nos momentos dificeis? Porque deixaram o barco ir a deriva? Quem ganhou com isso? Caso sinistro....é uma pena!

Anônimo disse...

Tem gente precisando rezar muito por mais um ano de conciencia pesada...que maldade! Aqui se faz aqui se paga......

Edson Riera disse...

Anônimo,

Todas as entidades mencionadas se movimentaram para ajudar as empresas. Talvez tenha sido o primeiro e único movimento nesse sentido, ocorrido em Itajubá. Aí está a cabelauto funcionando. O prédio e a área estão caindo no colo do atual prefeito, que deve ter ficado assustado com o "presente".

edson

Anônimo disse...

Zé guerreiro da boa vista,
A união de entidades para o desenvolvimento é fato corriqueiro em quase todas as cidades do Mundo.
Tal prática é novidade aqui porque prefeitos despreparados , ao invés de unirem as classes , semeam brigas e desunião.

Anônimo disse...

Grande coisa a clausula....todos se ferraram...poucos lucraram...(alias muito, muito por sinal) como sempre!
Este prédio no minimo deveria ficar com os portugueses....

Anônimo disse...

Tudo há de passar.
Não demora entra outra empresa lá e ninguém vai lembrar de mais nada.

Anônimo disse...

É verdade.... como aconteceu no predio da Standart, que "deram" pra Mahle (absurdo) ...no predio da Copasa que "deram" pra Higidente, na area da Neurotec, no terreno da AFL, no terreno da Alstom/Areva....no terreno da Orteng, Helibras, e assim vai....Jesus,Jesus..meu Deus.....ha...será que a Siemmens vem ai???