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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

PEQUENA DIFERENÇA

ÁLVARO LINS

O escritor Álvaro Lins decidiu visitar a Suíça, sendo ali recebido com todas as honras. Na manhã do seu primeiro dia em Genebra, deu um giro pela cidade em companhia de um funcionário do governo. Andou pelas ruas, de carro e a pé.
Em dado momento, comentou: "Li nos jornais que hoje é dia de eleições gerais. mas não estou vendo nenhum movimento especial, nenhuma fila, nenhum posto eleitoral...". O funcionário explicou: "Senhor Embaixador (ele era embaixador em Portugal), hoje, realmente, é dia de eleições gerais  que estão se processando normalmente". "Mas como? Não vejo nenhum movimento... nenhuma fila...parece um dia qualquer..."
"Não precisamos de filas. Cada quarteirão tem uma urna em local determinado. O eleitor chega e deposita sua cédula. À meia-noite, as urnas são recolhidas e, no dia seguinte, o resultado é proclamado."
Álvaro Lins ouviu, abaixou a cabeça, pensou um pouco e perguntou: "Mas digamos... um eleitor pode depositar na mesma urna ou em outras muitas cédulas, dez, vinte...cem... e aí como é que fica?
Foi a vez de o funcionário suiço ficar espantado:
"Mas senhor embaixador, quem faria isso?

Carlos Heitor Cony

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