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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

SETE DE SETEMBRO EM ITAJUBÁ

A participação dos alunos dos Grupos Escolares e Colégios era obrigatória. As Faculdades mandavam só uma representação. Iam os alunos "mocorongos" com os surrados agasalhos esportivos, com medalhas à la "Coronel Estevão" no peito e carregando velhas taças de segundo e terceiros lugares de alguma coisa. Eram evidentes os sinais de zinabre.
Festa sem igual. 
Começava no início da Rua Nova (Posto de Gasolina) e como ainda não existia o calçadão, subia até o Cine Apolo, onde terminava.
Um espetáculo à parte era o desfile do Colégio das Irmãs e do XIX de Março. As moças não marchavam. Deslizavam com os cabelos armados com bombril. As porta-bandeiras normalmente eram as moças mais bonitas e elegantes. O pelotões (iam na frente de cada grupo) eram coincidentemente as mais gordinhas.
O desfile era sempre iniciado (após  a revista feita pelo Coronel do Batalhão e o Prefeito em jipe aberto) pelo Padre Donato e os meninos da Granja. A bandinha com seu toque acelerado emocionava o povão que lotava as ruas.
Em seguida vinham os Grupos Escolares de azul e branco com uma faixa carregada na frente por dois bons alunos, dizendo: O Grupo tal saúda Itajubá. O desalinhamento era total e com passo correto, só os filhos.
As professoras (na época não eram tias) caprichavam nos beliscões. Dava pena ver os moleques suando e com os sapatos novos engolindo as meias. Eram bolhas na certa.
O Grupo Rafael Magalhães tinha o uniforme diferenciado. Era xadrezinho preto e branco. Os invejosos chamavam de Grupo Carijó. Nos pés, conga ou sete-vidas.
Por último desfilava o Batalhão com quase mil soldados. O som da batida dos coturnos na calçada de pedra impressionava. A Rua Nova era tomada pelo cheiro do suor e as crianças pequenas assustadas agarravam nos pescoços das mães.
Inesquecível o Sr. Sebastião Inocêncio no microfone. Com um dobrado da Banda da Fábrica de Itajubá ao fundo, ele anunciava: "O futuro do Brasil passa pelos nossos olhos!". A gente se emocionava e levantava a perna bem lá em cima.
Depois do desfile, sorvete de ameixa (três bolas) do Sr. Edgar.

ER

6 comentários:

Anônimo disse...

Edson,
Vc. esqueceu do narrador do desfile, se não me engano era o Sebastião Inocêncio . Agora, a minha memória falhou...
Vou enviar uma foto onde nós dois aparecemos desfilando no dia 07/09/65. Nesta foto está o Washington ( que casou com a filha do BPS ), o Darci ( filho do Dalmo ) o Wander ( irmão do Alberis ) e outros que vc. vai me ajudar a nomear.
Abrs.
Humberto.

Edson Riera disse...

Humberto,
Grato. Corrigi o primeiro nome do locutor. Era o Sr. Sebastião.
Que foto essa?
O Washington formou na Efei na minha turma. Para nossa tristeza ele sofreu um acidente automobilístico fatal há vários anos.
edson

Anônimo disse...

Edson,
Hoje qdo.eu vi o post mencionando o 7 de setembro e vc. lembrando que as moças deslizavam ( e era assim mesmo !!!), eu me lembrei da foto.Como está datada no verso, foi fácil saber. Estávamos no 1o. ano do científico e desfilando pelo Major João Pereira. Fui procurar e achei. Vou escanear e mandar para vc. Eu soube que o Washington faleceu num acidente perto de Paraisópolis.
Abrs.
Humberto.

Aldogon2009@gmail.com disse...

Setembro de 65. Em 64 nós estavamos juntos lá no coleginho ( colegio de Itajuba ), você atormentando a D. Lourdinha e o Pe Agostinho. E em 65, onde estavamos nós? Major Pereira, João XXIII,não? Será que eu também desfilei nesse dia?
Agora, cá entre nós= — Cê tá veio, heim?

Aldogon2009@gmail.com disse...

Esse tambem terá de ir para o Itajubá Noticias. Sabe que a historia do vevete e lelé foi um sucesso?
Um abraço
Aldo

Edson Riera disse...

Aldo,

Sua tristeza era não poder desfilar com a sua jaqueta com gola de pele sintética, que lhe provou o apelido de "esquimó"

edson