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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

COM A FACA NO PESCOÇO

A pergunta feita a um empresário, numa conversa com várias pessoas, foi: É verdade que emissários do PT telefonam para empresas avisando que sabem quem não está fazendo doações para a campanha? O empresário respondeu: "Para mim, telefonaram e foram pessoalmente dizer que notaram que eu não tinha feito doação na última eleição nem tinha feito nesta.
Eu ouvi essa conversa estarrecedora. Esse tipo de encaminhamento do pedido de doação, se estiver generalizado, é uma forma de ameaça.
A frase "Notamos que você não fez doação na última eleição e ainda não fez nesta" pode ser entendida pelo que está embutido: estamos de olho em você.
O Estado, hoje, é quem concede a maioria do crédito; o BNDES aumentou de forma extravagante suas concessões de empéstimo subsidiado e a arbitrariedade de suas escolhas dos campeões, que faz negar créditos a alguns e conceder em excesso a outros que, na visão do banco, estão mais aptos a vencer a competição global.
A mistura é explosiva: de um lado, um Estado com poder de vida e morte sobre as empresas; de outro, emissários do partido do governo com uma ameaça embutida na formulação do pedido.

Miriam Leitão (O Globo)

ER 

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