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domingo, 8 de agosto de 2010

VALE A PENA LER!

Para pensar...

"Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim. Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena.

Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase. Deu no que deu. O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas. No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de "paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino". E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.

Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional. Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul. E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito. O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta. E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava, direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:... Ele entendia de gente. Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima:

"Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo".

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert, e todo pintor comum, um gênio."

"Há grandes homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes."

(Max Gehringer)

(Enviado via email pelo Walther Bianchi Filho)

2 comentários:

Bah Gorgulho disse...

Walter
Bela observação!
Você já leu o livro "As 48 leis do Poder"?
Pelo que li na sua postagem o Raul(não conheço) já sabia das coisas...

Primeira Lei do poder.
Não ofusque o brilho do seu mestre.
Faça sempre com que as pessoas se sintam confortávelmente superiores, seguras.Conheça suas características e não exagere exibindo seus próprios talentos ou pode conseguir o contrário-inspirar medo e insegurança.
Faça com que as pessoas que o cercam pareçam mais brilhantes sempre e com isso você alcançara o ápce do poder.

Para ilustrar:
Cansado de correr atrás de patrocínios para suas descobertas Galileu resolveu homenagear os Médices. Encomendou um emblema representando Jupter sentado numa nuvem com 4 estrelas girando em volta dele e presenteou Cosimo II veinculando-o às estrelas. Cosimo, agradecido pela comparação feita, dele com as estrelas, nomeou Galileu como Filósofo e Matemático oficial da Corte.
Os dias de mendicância por um patrocínio tinham chegado ao fim.
Descobriu-se que todos os mestres querem brilhar mais que os outros. Ele então valorizou o brilho do seu senhor. Com isso superou seu mestre sendo mais encantador, mais inteligente do que ele nos momentos chave.

Um abraço

wartão disse...

Cara Bah, vou procurar o livro "As 48 leis do Poder", pois com certeza terei muitos ensinamentos a aprender.
Muito obrigado pela sugestão.
Abs.