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terça-feira, 31 de agosto de 2010

A ARTE DE ENXERGAR

Falta de assunto? Não. Falta de necessidade, falta daquele mínimo senso de que tratar desta ou daquela matéria faria alguém melhor ou mais feliz. Falta de aplicação na arte de enxergar,  que meu amigo Elias José tão bem condensou em:

Olhar as coisas e descobrir: o avesso, o aviso, a fenda, o fundo, o engenho, o engano.
Olhar os livros e descobrir: o claro, o oculto, o culto, o definível, a dúvida, o decifrável.
Olhar os amigos e descobrir: o afeto, o aflito, o fácil, o afoito, a manha, a mão.
Olhar no espelho e descobrir: o tempo, a têmpera, a marca, a máscara, o mesmo, o outro.
Mas isso passa, bastando que saibamos fazer como o Pequeno Príncipe – deslocar um nadinha sua cadeira lá no planetinha dele e usufruir mais uma vez  do renovado espetáculo de um pôr-do-sol. Não se irá ao exagero da fossa dele – duzentos e não sei quantos pores-de-sol em sessões corridas; porém uma ajeitadinha na cadeira modifica nossos pontos de vista e nos oferece a sempre nova alegria de achar outra perspectiva.
É. Acho que é isso. O problema passou a ser de perspecitiva. Escrever sobre coisas batidas sob um ângulo novo.

Márcio Lauria (postado pelo Humberto Chiaradia)

ER

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