Conheci em "priscas eras" em Itajubá duas operosas e corretas famílias chinesas. O pessoal das pastelarias (da Praça principal e da Boa Vista) e o "China" um elegante senhor que trabalhava como tintureiro. Nos sábados se transformava num requisitado dançarino do Clube Operário.
Tudo isso foi a introdução para falar da vinda ao Brasil (16 e 17 de abril) do Presidente da China, Sr. Hu Jintao.
No ano passado a Petrobrás emprestou do Banco de Desenvolvimento Chinês, a batelada de US$ 10 bilhões. Tipo cheque especial. Já gastou US$ 5 bilhões do total. Do saldo ainda disponível, obrigatóriamente tem que gastar US$ 3 bilhões na compra de equipamentos chineses.
O pagamento vai ser em petróleo (a China necessita de 8 milhões de barris/dia). No primeiro ano a Petrobrás vai fornecer para os chineses, 150.000 barris/dia, passando para 200.000 barris/dia nos nove anos seguintes.
Possivelmente durante a visita mencionada, mais US$ 10 bilhões serão emprestados.
Só para contas rápidas, a China tem US$ 2,4 trilhões de reservas internacionais. Não se preocupem com a grana.
Nessa visita deverá ser formalizada a participação chinesa (70% de US$ 4,7 bilhões), na construção de uma siderúrgica em parceria com o nosso Tio Patinhas Eike Batista.
Deverão anunciar também o investimento de US$ 135 milhões em duas montadoras de carros, a Chery e a JAC.
Vão fazer todo o esforço possível para ganhar a concorrência para tocar o projeto do trem de alta velocidade Rio - São Paulo - Campinas, no qual poderemos embarcar em Aparecida do Norte.
Querem mais ? Adeus pastéis e ternos lavados. Dentro de pouco tempo serão os senhores do mundo, falando economicamente. Politicamente, será uma consequência óbvia.
ER
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