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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

ESPINGARDA DE DOIS CANOS



Ouvi, num programa "cômico" de TV, o cara dizendo que a espingarda de dois canos era boa para matar dupla caipira. Tudo bem.
Mas lembrei-me de um acorrido interessante, no primeiro ano de engenharia, com oitenta alunos presentes no auditório, numa aula de Física, com o Professor, amigo e homem de bem, Dr. José Alves Senne.
Ele estava resolvendo no quadro verde, usando giz, um problema que, a partir de alguns dados, indagava qual a velocidade de uma bala, na saída do cano de uma arma, sem especificar que tipo de arma.
Não sei porque cargas dágua (ele se enganou em algum lugar) terminou numa equação, com duas respostas aparentemente aproveitáveis.
Silêncio total no ambiente. O Dr. Zé Alves, de costas para os alunos, checava todos os cálculos no quadro.
Passaram alguns segundos e nada! Mais alguns minutos e nada! Foi quando aconteceu o milagre:
Um aluno, e diga-se de passagem, péssimo aluno, levantou o braço e pediu a atenção do Professor, indagando:
Professor, o Sr. está aí com duas respostas e isso quer dizer duas velocidades diferentes. Pergunto eu, disse o mentecapto: Não se trataria de uma espingarda de dois canos ?
A aula terminou, com um acesso de riso do Professor, que precisou ser acudido.
Essa intervenção passou para os anais da Escola.
ER

Um comentário:

marcos.caravalho disse...

Zé,
Agora que consegui desenrolar a "postagem", se segure...

Boa a lembrança do nome do Dr. Zé Alves. Um dos poucos (bota pouco nisso, fiquemos na escala nano) que não se locupletaram com as benesses da EFEI.

Tenho dele (também estou ficando velho, velho...) uma lembrança muito boa: uma delicadeza de comportamento, uma educação, uma atenção prá alunaida (tudo moleque, você inclusive) que não caberiam mais - de jeito qualidade - no mundo de hoje (lá dentro da Escola, então, ah!, não deixariam êle passar nem pela cancela - " - Otário aqui não entra dotôr!Cai fora!).
Outro abraço
Marquinho

Sugestão para frase do dia:
"Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas"
(Riobaldo Tatarana, o Urutu Branco)