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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

NÃO TEM DONZELA NA PRAÇA

As andanças, a vivência e o tempo nos proporcionam condições de afirmar que não existem santos e donzelas na política brasileira.
Exceções existem. São raras e dignas de nota.
No Governo Federal, nos Estaduais, nos Municipais, em todo o legislativo e como noticiado, em alguns setores do judiciário, campeia a corrupção.
O que não existem são provas cabais. Não dá para fazer um filme de bang bang no Brasil. Não tem ninguém para fazer o papel de mocinho.
Os poucos que são pegos, ou foi por questionamentos na divisão do butim, ou por serem trouxas, o que está cada vez mais raro de se achar no pedaço.
Que fique claro, porque tão perversos, ou mais que os corruptos são os corruptores. Esses sempre levam vantagem. Correm menos riscos e lucram mais. São citados apenas de passagem.
Até mesmo parte da imprensa, dedica atenção diferente para casos iguais. Também defendem seus interesses, usando de tanta classe, que conseguem ludibriar até os mais atentos.
O sujeito pode começar a sua carreira política com as melhores das intenções. Pode até ser uma pessoa com lastro moral, detentora de caráter e dignidade.
Mal sabe ela, que está penetrando num profundo pântano.
Pântano pútrido, e tomado por musgos mal cheirosos que colam na pele, por insetos hematófagos que atacam sem tréguas, cobras que se movem traiçoeiramente e o maior dos incômodos, as sanguessugas que se prendem por todo o corpo.
O indivíduo no primeiro ou segundo passo dado, ainda tem condições de retornar, depois não mais. Vai afundando, se lambuzando e, na maioria das vezes, se adaptando confortávelmente no ambiente podre.
Atentem para o fato: O político ainda com resquícios de honestidade é uma pessoa triste. Segue cabisbaixo e difícilmente olha nos olhos de seus familiares e conhecidos.
Aspirar o ar pantanoso o leva a perder, de forma lenta, a capacidade de se indignar com injustiças, e o mais devastador à perda gradual dos princípios.
A inversão de valores provoca a incapacidade de identificar o certo e o errado, o pessoal e o público.
Ele começa a desvirtuar a sua propria consciência, entendendo que a parcela do suborno não pertence ao povo mas ao subornador, que lhe estaria apenas passando parte do gordo ganho.
Não passa pela sua cabeça que essa "comissão"é subtraída do insuficiente que é investido na educação, na saúde, na segurança e na infraestrutura. Essa grana é tirada do bolso do povo, em ações dignas de batedores de carteira.
Eles são habilidosos, conseguem envolver todos em sua volta, sob o manto da desonestidade. Dificilmente serão pegos aqui na terra. E se pegos, não serão punidos.
São tão hábeis que conseguem enganar a maioria da população com sua lábia, utilizando inclusive de acordos fétidos com a própria mídia, que transmite em caráter subliminar posições que lhe são favoráveis.
Despejam a cada quatro anos rios de esperanças, que se tornam em pouco tempo em mares de mágoas e desilusões.
Os telejornais diários nos mostram a cada semana gravações estreladas por "artistas" novos e também alguns canastrões, com certeza, pegos num momento de distração.
Saida ? Sim temos. Está na educação e demora. A nossa geração tem a obrigação de começar a mudança, mas com certeza não terá oportunidade de presenciar os resultados.
É gratificante trabalhar para os nossos filhos e nossos netos, mesmo sabendo que, de forma direta, não colheremos o semeado.
Quanto aos salafrários ? Não terão vida fácil na prestação de contas para Deus.

ER

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