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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

VIDA E MORTE DO PRODUTO

Creio que todos nós, assistimos mais de uma vez o filme "Blade Runner - O Caçador de Andróides" do Diretor Ridley Scott, com o Harrison Ford estrelando.
O filme é de 1982 e se passava em Los Angeles, em 2019. É considerado um Cult, um clássico.

Desde a primeira vez que eu assisti duas coisas me chamaram atenção de forma especial.

A primeira, é que em 2019 ainda se usava guarda-chuvas. A segunda é que ainda se tomava muito coca-cola.
Imagino que são dois produtos que não irão morrer tão cedo, como já morreram ,em se tratando de mercado, a galocha de chuva, camisa de nylon, calça de nycron, grapette e outros.

Pois bem, em 1980, eu morava em Manaus e ajudei a montar e a dirigir por dois anos, uma fábrica de toca-discos, isto mesmo, discos de vinil (45, 78 e 33 rpms).

Era uma multinacional chamada BSR, que junto com a Garrard eram os maiores fabricantes do mundo, dos mecanismos de toca-discos utilizados nos aparelhos de som 3x1.
Para começar, o prédio foi adquirido, praticamente sem uso, de uma empresa montada, com enorme investimento, para fabricar zipers metálicos. Funcionou pouco tempo e fechou com a chegada avassaladora dos zipers plásticos.
No dia da inauguração, um engenheiro japonês me cochichou que a empresa estava com os dias contados, pois iria surgir um disquinho chamado CD, que detonaria o mercado e o mesmo aconteceria com a fábrica ao lado, que produzia fitas de VHS para videocassetes.
Dito e feito, fecharam ambas.
Não sei se vou chegar a ver, mas temo pelo mesmo fim dos jornais de papel e os livros.
Confesso que não estou conseguindo acompanhar.
ER


4 comentários:

Alfredo disse...

Quando você perceber que não está acompanhando, faça como o Maluf e Marta Suplicy: Relaxe...!
Há quinze anos atrás, fui a uma reunião da ex-VDO, ex-Mannesman, ex-Siemens, atual Continental Automotive. Foi lá naquele hotelzão chique, devia ser Marriot, ao lado do Aeroporto de Guarulhos.
Um dos diretores foi logo dizendo que aqueles que forneciam peças metálicas,e era meu caso, que tomassem cuidado, porque elas estavam em fim de vida. Seriam substituídas por conjuntos de plástico, eletrônicos, nhénhénhé, etc.
De fato, os painéis de automóveis que a VDO fabricava foram tendo cada vez menos peças metálicas, mas nunca foi possível substituí-las inteiramente. Passou a VDO, mudou para Mannesman, mudou para Siemens e mudou para Continental. Há um mês fomos procurados pelo Gerente de Produtos da Continental. Negocios para cá e para lá, estamos sendo indicados para ser fornecedor - de peças metálicas - da Continental mundial, que passará a ser Schaeffler jájá.
Há sempre um chinelo velho para um pé cansado.

Bah disse...

É verdade...
Ainda tenho em minha casa um toca discos de vinil. Meu filho Conrado, de apenas 23 anos é apaixonado por eles.Quase sempre ele chega em casa com um disco, ora dos Beatles ora do Elvis etc...Coloca no toca discos e fica embevecido ouvindo-os.
Compra por dez reais em lugares que só ele sabe onde tem. Ele diz que o som é bem melhor que o dos cds.
Se eu soubesse teria guardo os meus, que achei estarem ultrapassados.
É! A vida é cíclica e as coisas consideradas boas vão e voltam. É esperar pra ver.
Bernadete (Bah)

Alfredo disse...

Bom, para quem ainda tem um toca discos destes, sempre é interessante ouvir A Day in the Life, Beatles, girando o disco no sentido contrário.
Claro que todo o mundo já deve saber disto...

garimpando... disse...

Zezinho, preciso de um toca-discos desses. Compra pra mim? Onde? Como?