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sexta-feira, 1 de abril de 2011

CARTAS QUE NÃO RECEBI

Itajubá, 30 de março de 2011

Estimado Zezinho

Praticamente nas vésperas desse fatídico dia 1º de abril, que vem marcando minha pessoa no decorrer dos anos, conto com a sua colaboração para registrar na web através do "viver é perigoso", esse fato real vivido por mim e que injustamente se transformou em motivo de chacota na Boa Vista.
Com oitenta e cinco anos nas costas, ter relatado ingenuamente esse acontecimento, tornou-se um dos poucos arrependimentos de minha existência.

 Confirmo que na fria madrugada de uma sexta -feira (07/7/1961), subindo a Serra da Mantiqueira com meu caminhão Chevrolet 51 (boca de sapo), notei que era seguido pelo alto por uma forte luz azul.
Tal luz ora me ultrapassava, ora ficava para trás. Como estava sozinho e tomado pelo medo, acelerei esperando chegar o mais rápido possível no posto da Polícia Federal.
No inicio da retinha (a única que existe), o "boca de sapo" apagou.
Fiquei sem tudo: luz da cabine, Rádio Aparecida, buzina e limpador de parabrisa. No final da reta "a coisa" estava estacionada na altura das árvores, com fortes luzes azuis piscando. Correr prá onde ? Disparei a rezar.
Depois de alguns minutos desceram lentamente do charuto (parecia um charuto), sem utilizar escadas, como flutuando no ar, duas formigas zoiudas da altura de crianças com 10 anos.
Vieram balançando o corpo num gingado estranho para as bandas do caminhão. Sem saber o que fazer, disfarçadamente peguei a manivela (motor de arranque manual do "boca de sapo") que se encontrava no piso do lado do passageiro.
Pensei comigo: Morrê quietinho é que não vou.
Os dois "formigas" rodearam o carro e aparentemente tiraram fotografias ou mediram alguma coisa com o aparelho que traziam nas mãos.
Tudo isso (a inspeção) levou uns 10 minutos. Conversaram alguma coisa entre eles e voltaram lentamente para o charuto, que levantou devagarinho e foi embora pros lados de Cacheira Paulista.
Sozinho o "boca de sapo" voltou a funcionar. A Rádio Aparecida entrou no ar e eu toquei o pau prá terrinha, como você diz".
Contei o caso para minha mulher, que com sabedoria me recomendou silêncio sobre o acontecido.
Num momento de fraqueza e durante a feitura de uma barba, caí na besteira de relatar o episódio para o Melinho.
Deu no que deu. No dia seguinte a Boa Vista inteira estava sabendo e pior, me fazendo caçoada.
Prá você ver: até o Padre Generoso andou querendo me chamar a atenção, dizendo ser invencionice ou efeito da cachacinha do posto de gasolina de Piquete.
Por favor, em você o pessoal acredita. Confirme no seu blog.

abraço,

Mauricio   

2 comentários:

Aldo Gonçalves disse...

tem de acreditar...verdade pura!

Anônimo disse...

texto fraco e sem graça