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sábado, 4 de agosto de 2018

NETFLIX


Reed Hastings é uma daquelas pessoas que reconhecem seus rivais sem titubear apenas escutando suas vozes. Respeita-os, mas não os teme, nem tem por quê: Hastings é a Netflix. E passará para a história da indústria do entretenimento como a pessoa que revolucionou, há duas décadas, a maneira de consumir séries e filmes. 

Hastings, de 57 anos, nasceu e cresceu em Boston. Foi aceito no curso de matemática do Bowdoin College. Mas, antes de se matricular, prolongou por um ano um emprego de verão de vendedor de aspiradores em domicílio. Depois de se formar com honras em 1983, foi para a Suazilândia, onde se dedicou a ensinar matemática em uma escola por dois anos com os Peace Corps, agência federal fundada por Kennedy que envia voluntários a 70 países.

Mas a rotina era muito lenta para o que estava acostumado. Sentia-se estagnado. Da África enviou um pedido de admissão em Stanford, a incubadora de gênios que têm a ambição de mudar o mundo com sua visão inovadora. Ali fez um mestrado em informática.

Diz a lenda que fundou o portal Netflix em 1997 porque a rede de videolocadoras Blockbuster cobrou dele 40 dólares de multa por perder um VHS do filme Apollo 13. 

Mas aquele constrangimento o levou a tentar criar um modelo que permitisse alugar filmes sem sair de casa. O modelo de negócio que criou foi inovador e não demorou a desbancar a Blockbuster. Sua visão, porém, se movia mais rápido que a remessa postal.

Graças a sua formação em ciência da computação, ele entendeu que esse conteúdo poderia, em um dia não muito distante, ser distribuído pela internet. Bastava comprimi-lo para que os dados chegassem pela rede.

O grande desafio é produzir o conteúdo que seus usuários procuram e ajudá-los a encontrá-lo. Não são mais os conglomerados que decidem o que se consome. Acumula mais de 430 indicações a prêmios desde que lançou sua primeira série original em 2013.

Hoje a Netflix não tem nada a ver com a empresa que nasceu no verão de 1997. Seu faturamento alcançou 11,69 bilhões de dólares (cerca de 38 bilhões de reais) no ano passado, com um lucro de 560 milhões.

Recentemente o empresário anunciou a criação de um fundo de 100 milhões de dólares que pretende mudar a maneira como as crianças aprendem, oferecendo maior acesso a uma educação de qualidade. O objetivo é criar escolas onde a tecnologia esteja plenamente integrada nas salas de aula.

Hastings tem uma regra que impõe a si mesmo: afastar-se do trabalho pelo menos seis semanas por ano. Não tem um passatempo destacável para ocupar esse tempo livre. Ele se declara amante dos animais e sua casa em Santa Cruz está repleta de criaturas, incluindo duas pequenas cabras da Nigéria. 

E, claro, diz que vê Netflix quando tem tempo.

(resumido do El País)

Viver é Perigoso

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