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sábado, 9 de janeiro de 2010

UNIVERSITÁRIOS ENGANADOS



HORA DAS VERDADES
Chegamos em São Paulo já era quase meia-noite vindos de Sorocaba pela Cometa. Grana preta (para nós) nos bolsos. Dinheiro duramente ganho nos 45 dias de estágio na Companhia Brasileira de Alumínio. Descemos na velha estação rodoviária de São Paulo, no bairro da Luz.
Como o meu colega e amigo era (na época) muito mocorongo, eu disse: Me recomendaram o Hotel Opala, que é simples, barato e fica próximo a Rodoviária. Como só vamos dormir esta noite e pegar o primeiro ônibus para Itajubá amanhã cedo, está muito bom.
O Balu, pessoa boa e calma, concordou.
Tomei a dianteira, como mais vivido e experiente. Chamei um táxi e solicitei que nos levasse até o Hotel Opala.
Duas pesadas malas com roupas sujas nos acompanhavam.
O motorista, num corcel branco e com um bigodinho de vigarista, perguntou: É aquele na Duque de Caxias, não é ?
Eu concordei de imediato, pois nem imaginava onde ficava a tal Duque de Caxias.
O carro roda, roda, passa pela Catedral da Sé, que reconheci logo, anda uns 40 minutos e estaciona em frente ao Hotel Opala.
PQP disse o Balu. Como é longe esse Hotel. Vamos rachar a corrida. Cr$ 50,00 para cada um (dinheiro da época).
Hotel mais vagabundo que já vi. O quarto tinha duas camas, com os colchões afundados no meio. Banho nem pensar.
Antes de dormir, preocupados com a grana que carregávamos, empurramos e posicionamos o guarda-roupas contra a porta.
Dormimos vestidos com a roupa que estávamos. Só tiramos as camisas para não amarrotar.
Alertei, vamos levantar as seis porque daqui na Rodoviária vamos levar uns 40 minutos.
Desmaiamos de cansaço (claro, cada um na sua cama), apesar do barulho do trânsito.
As seis acordamos e ajeitando as coisas, pedi para o Balu abrir a janela do quarto para entrar um ar.
Minha nossa, exclamou o Balu. Olha ali a Rodoviária do outro lado da rua.
PQP disse eu, o "bigodinho do táxi" nos enganou !
Pegando as malas, o forte Balu disse: Eu me lembro bem da cara dele. Vamos procurá-lo no Ponto de Táxi e descer o cacete nele.
Eu disse, usando de toda a minha experiência:
Balu, o cara não nos enganou. Pedimos para nos levar até o Hotel Opala e ele nos levou. Não indicamos a rota a seguir. (a rota era só atravessar a Duque de Caxias caminhando 12 metros, se muito).
Lembre-se: O bom cabrito não berra
Pedi calma e complementei: Coloque a sua mão sobre e minha e jure junto:
Jamais o povo de Itajubá vai tomar conhecimento desta "pisada de bola". Ele concordou na hora.
O "jamais" venceu ontem.
ER






Um comentário:

wartão disse...

Zezinho, melhor que essa, sua e do Balu, só a de um outro colega nosso que foi fazer estágio em Campo Grande/MS, tomou um onibus leito na Rodoviária e antes de sair da cidade de S. Paulo, já tinha colocado o pijama e saiu do reservado do onibus com a escova de dentes na boca.
Rssssssssssssss!
Lembranças inesquecíveis.
Abs.