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quarta-feira, 25 de maio de 2022

TEMPOS ESTRANHOS


O Sr. Jair  vetou a inscrição do nome da psiquiatra Nise da Silveira no livro de Heróis e Heroínas da Pátria. O veto foi publicado no Diário Oficial da União de hoje (25). A decisão ocorre uma semana depois que é lembrado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial, em 18 de maio.

Postado no Viver é Perigoso - 16 de setembro de 2021

MOÇA BONITA



Afeto, como forma de tratamento.

Nise da Silveira, nascida em 1905 em Maceió. Formada em 1931 na Faculdade de Medicina da Bahia, sendo a única mulher numa turma de 157 alunos. Foi uma médica psiquiatra brasileira. Reconhecida mundialmente por sua contribuição à psiquiatria, revolucionou o tratamento mental no Brasil. Foi aluna de Carl Jung. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina.

Casou-se nessa época com o sanitarista Mário Magalhães da Silveira, seu colega de turma na faculdade. Mudaram para o Rio de Janeiro, onde teriam mais oportunidades de trabalho.

Na então capital do Brasil, Nise se engajou nos meios artístico e literário, voltados para área médica, com diversas publicações dos avanços da medicina.

Dedicou sua vida ao trabalho com doentes mentais, manifestando-se radicalmente contra as formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.

Um dos tratamentos desenvolvidos por Nise da Silveira foi a expressão dos sentimentos pelas artes, especialmente em pinturas. Além da arte, o contato com cães e gatos também foi um dos tratamentos introduzidos por Silveira no Brasil. Os pacientes podiam cuidar dos animais que estavam nos espaços abertos do centro, estabelecendo vínculos afetivos.

Durante a Intentona Comunista (1935), denunciada posse de livros marxistas, foi levada ao presídio Frei Caneca por 18 meses, período em que conheceu no presídio a revolucionária Olga Benário e o autor alagoano Graciliano Ramos. Este chegou a mencioná-la na obra Memórias do Cárcere.

De 1936 a 1944 permaneceu com seu marido na semi-clandestinidade, afastada do serviço público por razões políticas. Em 1944 foi reintegrada ao serviço público e iniciou seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio de Janeiro, onde retomou sua luta contra as técnicas psiquiátricas que considerava agressivas aos pacientes.

Nise da Silveira estudou no "Instituto Carl Gustav Jung" em dois períodos: de 1957 a 1958, e de 1961 a 1962.

Nise, tomou o barco em 1999.

Assista na Netflix o filme “Nise - O coração da Loucura”, dirigida por Roberto Berliner e estrelada pela atriz Glória Pires.

Por oportuno, a Dra. Nise foi homenageada com sua imagem pintada no, agora famoso, Muro da Unifei.

Rogamos para que o pessoal local, extremista de direita (ou algo assim), que faz campanha para que a imagem do educador Paulo Freire seja apagada do mesmo muro, não descubra o passado comunista da Dra. Nise da Silveira, por que senão...

Tempos estranhos.

Viver é Perigoso

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