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segunda-feira, 2 de março de 2020

DE GRAÇA ? ESQUEÇA


Há uns 20 anos, por razões de trabalho, leio diariamente alguns jornais de fora o País. Sempre foi moleza, acessar e até copiar. Está ficando mais complicado, uma vez que estão exigindo assinatura.
Fazer o quê ? 

Registra o El País, um dos que acompanho há séculos, embora não concorde com sua linha editorial com relação ao Brasil (creio que não dormirão mais ao tomar conhecimento disso):
  
A história do jornalismo digital tem apenas 25 anos. Em 1994 havia 20 jornais com edições digitais em todo o mundo. Cinco anos depois, a cifra já rondava 5.000. Entre elas o El País, cujo site nasceu em 4 de maio de 1996.

Os primeiros anos na rede foram experimentais. A Internet não estava acostumada às assinaturas nem ao pagamento. Ainda assim, alguns veículos experimentaram a cobrança de mensalidades. O sucesso mais notável foi do The Wall Street Journal, um diário econômico que começou a cobrar pelo conteúdo em seu site em 1996. Em três anos, alcançava os 450.000 assinantes.

Mas o Journal foi um caso isolado. Era possível acreditar que os jornais poderiam ser gratuitos na Internet e se financiar com anúncios. Até então, a imprensa tinha duas fontes básicas de financiamento: venda de exemplares e propaganda. Parecia um negócio sustentável continuar vendendo exemplares de papel para quem quisesse levar o jornal por aí, e continuar cobrando pela publicação de anúncios no computador.

Dentro do setor da mídia, entretanto, nunca desapareceu a sensação de que o jornalismo custava dinheiro, e que os leitores tinham que ajudá-lo. 

“Por que você deveria pagar para ler este jornal”, dizia em 2005 o título de um artigo de David Carr, célebre colunista de mídia do The New York Times. 

Os primeiros anos do século foram dos “experimentos fracassados”,  Houve dois casos que marcaram o tropeço dos modelos de pagamento: o El País e o The New York Times. Ambos testaram modelos de assinatura digital. Obtiveram um número razoável de adesões. Mas afinal optaram por suspender esse caminho.

Em fevereiro de 2009, a Time publicou uma capa com o título “Como salvar sua publicação?”. A proposta era tão modesta que tinha um só ponto: pagar pelo conteúdo. 

Embora jornais como o El País já obtenham mais faturamento com a publicidade digital que com a do papel, o crescimento é insuficiente para manter grandes redações. Não foi o único problema: “Deu-se uma banalização jornalística e uma perda de valor próprio que não ajuda a diferenciar o jornalismo de qualidade”. Os cliques haviam atirado alguns veículos numa batalha pelo tráfego fácil.

Os grandes jornais globais já cobram por seus conteúdos, que são cada vez mais excepcionais. É um modelo que tem servido a muitos, embora não com o mesmo sucesso para todos, por enquanto.

Blog: Em tempo, irei assinar o El País.

Viver é Perigoso

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