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terça-feira, 3 de abril de 2012

GLACIAR PERITO MORENO

Li no Estadão de domingo escrito pela colunista Marisa Eboli (Batendo o Ponto)

Fui conhecer a Patagônia Argentina e, em El Calafate, visitei o famoso glaciar Perito Moreno. E foi de tanto ouvir falar do perito don Francisco P. Moreno, que resolvi comprar um livro sobre suas reminiscências.
Moreno nasceu em Buenos Aires, foi criado por uma familia aristocrática tradicional e compartilhou o seu tempo livre com seu pai à procura de artefatos e fósseis. Participou da criação da Sociedade Científica Argentina, explorou numerosos rios na Patagônia, descobriu El Chaltén (Fitz Roy) e , por suas contribuições à ciência, recebeu um título de doutor honoris causa da Universidade Nacional de Córdoba, em 1877.
Qual não foi minha surpresa, no entanto, ao ler este seu depoimento no livro:

"Eu tenho 66 anos e nenhum centavo! Eu, que dei 1.800 quilômetros para o meu país, e o Parque Nacional, onde os homens de amanhã, repousando, adquirem força para servi-lo, não deixo para os meus filhos um metro de terra onde minhas cinzas possam ser enterradas."

O mundo é rico de exemplos de pessoas que só obtiveram reconhecimento profissional com a chegada da morte. Alguns são formadores de sucessores: filhos, equipes, alunos, outros líderes, etc. Outros deixam, como herança, obras: músicas, quadros, livros...E muitos não deixam nada! Nem durante a vida, nem após a morte. 

Marisa Eboli



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