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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

GREVE NA BAHIA

Escreveu o Brickmann sobre o assunto:

1 - Os policiais militares de Salvador podem ter toda a razão a seu lado. Mas uma corporação armada não pode desafiar o Governo. Isso não é greve: é motim. E deixar uma cidade sem polícia, com aumento do número de crimes, é pior que motim: é considerar que seu próprio trabalho é inútil. Então, por que pagá-los?

2 - O governador baiano Jaques Wagner pode ter toda a razão a seu lado ao condenar o motim e exigir disciplina da tropa. Mas não pode esquecer que, quando estava na oposição, apoiou uma greve igualzinha. Agora é a volta do cipó de aroeira no lombo de quem mandou dar. Que não se faça de vítima.

3 - Os erros que levaram à calamidade são antigos e nacionais: pagar a um PM pouco mais de R$ 2 mil mensais para que arrisque sua vida todos os dias é obrigá-lo a morar na favela, a viver endividado, a perguntar-se se vale a pena lutar por quem não lhe paga. Isso vale em todos os Estados. E os governadores, seja qual for seu partido, pagam mal à PM; avaliam por baixo a vida dos outros.

Em outras épocas, quando governador não tirava férias para ajoelhar-se e gritar "Caramuru" na frente de Fidel Castro enquanto seu Estado pegava fogo, o mineiro Milton Campos teve de enfrentar uma greve da PM por falta de pagamento. Seus assessores lhe recomendaram que enviasse um trem blindado, cheio de soldados, à cidade onde se reunia o comando da greve.
Sempre ponderado, Milton Campos forjou uma frase clássica:
"Não seria melhor mandar para lá o trem pagador?"

Brickmann

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