CARTAS QUE NÃO RECEBI

Pouso Alegre/ 2011

Prezado Edson

Para variar estou-lhe escrevendo para pedir ajuda, pela qual já agradeço antecipadamente.

Tomo a liberdade de apresentar ligeira introdução:

Como você deve estar acompanhando, a minha cidade vem se desenvolvendo num ritmo acelerado. Isso tem o lado positivo e outro lado nem tanto.

Temos muitas ofertas de trabalho, a remuneração, em termos gerais, tem alcançado níveis excelentes. A cidade acompanhou e vem oferecendo toda a sorte de conforto. As duas salas de projeção do nosso Shopping Center recém inaugurado ( considerado o maior do interior de Minas), tornou-se uma interessante opção de lazer. O Centro de Convenções tem apresentado semanalmente os melhores shows e opções de teatro, como nos grandes centros.

As crianças estão em boas escolas, o atendimento médico é de primeiro mundo, mas sinto que falta alguma coisa.

Sinto falta, como homem interiorano, daquelas tardes bucólicas, de ouvir o cantar mágico dos passarinhos e das cadeiras dispostas nos passeios para sentarmos e prosear com os vizinhos.

As oportunidades e os compromissos me seguram aqui na capital do Sul de Minas.

Por uns bons anos ainda terei que encarar a correria.

Daí vem o meu pedido de ajuda.

Gostaria que você me ajudasse a encontrar uma casinha aí na terrinha, o mais perto do centro possível, para que eu possa adquiri-la e passar os fins de semana com a minha família.

Afinal, ninguém é de ferro. Todos precisamos recarregar as baterias.

Conto com a sua ajuda.

Moacyr