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quinta-feira, 9 de março de 2023

ANTIGAMENTE DIZIAM QUE ERA PARA O BEM DO BRASIL




E por falar em joias e ouro.

A gente se dá conta da nossa data de validade, quando lê que no próximo 19 de maio, completam 59 anos do início da "Campanha Ouro Para o Bem do Brasil", em Itajubá.
Foi em 1964, poucos dias após o "golpe de 64". Gostoso falar em golpe.

A campanha, aqui na terrinha, aconteceu na Praça Amélia Braga, em frente ao Fórum Municipal, com banda de música, fogos e grande concentração cívica.

Os casais que doassem suas alianças de casamento, por exemplo, receberiam de volta alianças de metal e um diploma com os dizeres: “Doei ouro para o bem do Brasil”.

Houve quem doasse colares, brincos e outros objetos de ouro, até dinheiro do próprio bolso, para ajudar o país a se levantar.

O Dr. Wenceslau Braz ofereceu a caneta de ouro, com incrustações de pedras preciosas, com que assinara a Declaração de Guerra à Alemanha, por ocasião da 1ª guerra mundial em 1914. Ficava exposta numa vitrine protegida.

Duas notas não muito alegres:

Eu estava presente no evento com meus 16 anos e no impulso doei uma correntinha, banhada a ouro, que carregava no pescoço.

Justificativa: Fiquei emocionado com foguetes, dobrados da Lira São José e os inflamados discursos do locutor oficial, Sr. Sebastião Inocêncio Pereira. Achei que tinha que fazer alguma coisa.

Aliás, foi a segunda vez que o mesmo locutor me emocionou. Na primeira, com doze anos de idade, marchando num sete de setembro com o uniforme caqui do Colégio de Itajubá, ao passar em frente ao palanque, suando em bicas, com o sapato novo insistindo em engolir as meias, quase cheguei às lágrimas, tendo ao fundo o rufar de tambores, ouvir: "amanhã esses jovens carregarão a nação ! ". Foi demais.

Voltando ao ouro:

A revista “O Cruzeiro”, em 13 de junho de 1964, apresentou um balanço parcial da campanha informando que mais de 400 quilos de ouro e cerca de meio bilhão de cruzeiros haviam sido doados pelo povo.

Como tradição no País, jamais foi informado onde foram parar todo o ouro e o dinheiro arrecadado.

Confesso. A correntinha, para mim, tinha valor bem maior do que o simples material. Foi presente recebido. Perdão se quem a me  presenteou, tomar conhecimento hoje, da minha desfaçatez. 

Viver é Perigoso

4 comentários:

Anônimo disse...

Naquele tempo a gente tinha o espírito patriótico.
Hoje nem espírito se tem
Como transformamos em nada.
Pobre povo.

Anônimo disse...

Sim, espirito patriótico...
E o ouro vou parar onde mesmo????

Estas campanhas são tudo enganação.

Doar para o governo?? Já faço isto todo mês, direto da fonte.
Sem falar nos indiretos, IPTU, IPVA, ISS, E O ESCAMBAU DE MADUREIRA.

Anônimo disse...

Em Cuba é mais tranquilo, cumpanheiro.

Anônimo disse...

A gente não doa pro governo a gente paga impostos para serem gerenciados e retornados ao País...o problema é q a gente coloca ladrões para administrar e depois ficamos reclamando.
Enquanto não soubermos votar vamos viver assim, manipulados pelos espertos.
Vai demorar....pra sermos educados..do jeito q vai, esquece e mete a mão no bolso e não reclama.
Brasileiro bonzinho.