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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

MOMENTOS MÁGICOS



Tirei esse início de fevereiro para dar uma ajeitada nos livros. Terminei hoje.

Muitos, mas muitos mesmo, vieram da Cultura, onde passei muitas horas (momentos mágicos) apreciando, consultando e adquirindo livros. Nos shopings e principalmente no Conjunto Nacional. Aproveitava os horários carregados no trânsito nos fins de tarde.

Fiel, já nos tempos de compras online, estive junto da Cultura. Nos últimos tempos não estava dando mais. Prateleiras vazias e preços.

Presencialmente fui para a Martins Fontes, na mesma Av. Paulista. 

Não foi surpresa, mas bateu uma tristeza quando li a notícia hoje.

" O juiz Ralpho Waldo De Barros Monteiro Filho, da 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, decidiu nesta quinta-feira (9) pela falência da Livraria Cultura."

É a vida...

Viver é Perigoso

3 comentários:

Anônimo disse...

Numa decisão apertada STF decidiu ontem que os governos podem voltar a cobrar os impostos de decisões judiciais anteriores já transitadas em julgado favoráveis aos contribuintes que porventura sejam revogadas depois pela mesma corte. Aguardemos se vai haver alguma modulação, mas vai muito na crença de que no Brasil até o passado pode ser alterado. Só o grupo PGA - Pão de Açúcar- prevê um possível pagamento de 290 milhões de uma ação sobre a CSLL. Voltaremos ao assunto. Mercado-Lógico

Anônimo disse...

Então decidiram (STF) que quebra de decisão tributária é automática e não deram um marco temporal para a aplicação. Pode ser que nos embargos de declaração a questão possa ser esclarecida com uma modulação.
A maioria aplicou os conceitos de controle concentrado de constitucionalidade quando as decisões valem para todos e controle difuso para quando só valem para as partes nas ações, tecnicalidade difícil até para os entendidos. Causídico Jurássico



Anônimo disse...

Livraria Cultura expôs o faz-de-conta das campanhas eleitorais
Sob o título "Obras públicas", escrevi em 2004 o ensaio a seguir. Trata de contribuição da Livraria Cultura, em período eleitoral, ao debate sobre a corrupção e a arte de candidatos e governantes que iludem os eleitores.
"Todo período eleitoral é rico em lançamentos de obras de marketing político. São aqueles tratados que, grosso modo, misturam futurologia e ventriloquia política: especialistas interpretam as pesquisas de opinião e orientam os candidatos a falar nos debates e programas eleitorais, aparentando grande convicção, aquilo que os eleitores gostariam de ouvir. A livraria Cultura, na avenida Paulista, em São Paulo, deu inspirada contribuição a esse faz-de-conta. Expôs na vitrine, ao lado de meia dúzia de novos livros de marketing político, obras clássicas sobre antigas artes de candidatos e governantes: como iludir os incautos contribuintes e como melhor usar a máquina pública para engordar as fortunas privadas. Próximo a uma obra reeditada sobre persuasão eleitoral, via-se o "Sermão do Bom Ladrão", do padre Antônio Vieira (1608-1697). O livro transcreve texto de santo Agostinho em que um pirata ("ladrão pequeno") diz a Alexandre Magno: "O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza". É recomendável que os candidatos meditem sobre as várias interpretações desses textos. Há passagens dedicadas à responsabilidade de quem rouba e à de quem nomeia aquele que rouba. Cita-se o que é praticado "em todos os reinos do mundo". Ou seja, "em vez de os reis levarem consigo os ladrões ao paraíso, os ladrões são os que levam consigo os reis ao inferno". Supondo que o virtual candidato acreditasse mesmo que poderia "chegar lá", a livraria, silenciosamente, propunha a leitura de "Como Tirar Proveito de seus Inimigos", de Plutarco (66-12 a.C.). Muito antes da era cristã, já havia manuais ensinando a distinguir os inimigos e a frustrar as ciladas dos bajuladores. Talvez pensando no eleitor entediado com a propaganda eleitoral da televisão e com os debates cronometrados, o comerciante de livros sugeria discretamente a leitura do "Código dos Homens Honestos", de Honoré de Balzac (1799-1850). O livro também é conhecido como "a arte de não se deixar enganar pelos larápios" (e pelos burocratas e advogados, segundo acrescentam algumas versões).Entre uma e outra brochura sobre estratégias para ganhar eleições, a vitrine oferecia "A Arte de Furtar", um clássico da literatura portuguesa da fase barroca (século 18) dedicado a formas de expropriação tão atuais, como suborno, superfaturamento e corrupção (a edição exposta tem apresentação do escritor João Ubaldo Ribeiro). E, por falar em virtuais corruptos, a seleção literária destacava "Da Geração e da Corrupção", de Aristóteles (384-322 a.C.), cometendo aí, talvez, um pecadilho. Aparentemente, o livro compunha a seleção mais pelo título do que pelo conteúdo. A obra filosófica trata da corrupção e da geração como elementos do movimento contínuo no estudo sobre física e composição do universo. Contudo, assim como os candidatos geralmente não entregam o que prometem, não se há de cobrar do livreiro rigorosa coerência em todos os discursos apresentados. Infelizmente, a divertida e didática exposição durou poucos dias. Foi substituída pela trivial oferta de best-sellers, os livros mais vendidos da semana. Não se sabe se houve desinteresse do público pelas estratégias dos marqueteiros políticos. Ou se a corrupção e o engodo, de tão generalizados, já não despertam a curiosidade de leitores e eleitores. Frederico Vasconcelos Jornalista.
Observador de Cena