Niemöller é o autor de um pequeno texto antinazista, muito conhecido, mas raramente atribuído a ele. Originalmente, o texto foi extraído de um sermão ministrado por ele na Igreja Confessional de Frankfurt, em 6 de janeiro de 1946.
Fala-se em inspiração baseada em poema do russo Maiakovski (1893/1930), com adaptações face a época e aos acontecimentos. No Brasil, tem o título "E não sobrou ninguém".
"Quando os nazistas vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista.
Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata.
Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista.
Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu.
Quando eles me vieram buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar."
Niemöller, durante a Primeira Guerra mundial, serviu como comandante de submarino vindo a ser condecorado com a Cruz de Ferro.
Estudou Teologia em Münster. Foi ordenado em 29 de junho de 1924. Em 1931 tornou-se pastor da Jesus Christus Kirche, em Berlim.
Mesmo depois de formar-se em Teologia, permaneceu fiel à sua ideologia nacionalista e conservadora, não estando inteiramente livre de preconceitos anti-semitas e concordava com o antagonismo dos nazistas ao comunismo. Portanto apoiou a ascensão de Hitler ao poder, em 1933, acreditando que isso significaria um novo despertar nacional.
Mas, pouco depois, Niemöller entraria em conflito crescente com o novo governo.
No outono de 1933, para impedir a segregação de cristãos de origem judaica, Niemöeller criou, com Dietrich Bonhöffer (assassinado em 1945 em um campo de concentração), a "Liga Pastoral de Emergência"), que foi transformada na Igreja Confessional em 1934 e se tornou em um importante centro da resistência alemã protestante ao regime nazista.
Em 1935, é preso pela primeira vez e logo libertado. Martin Niemöller já era tido nessa época como o mais importante porta-voz da resistência protestante. Em julho de 1937, Niemöller foi preso novamente e condenado a 7 meses de prisão.
Para Hitler, no entanto, a sentença pareceu muito suave. Ele enviou o pastor como seu "prisioneiro pessoal" para o campo de concentração de Dachau, onde permneceu por mais de sete anos. Foi libertado pelos aliados.
Após a Guerra, Niemöller participou da reorganização da Igreja Protestante, foi conselheiro da Igreja Evangélica na Alemanha e presidente do Conselho Mundial de Igrejas.
Tomou o barco em 1984, aos 92 anos.
Viver é Perigoso
2 comentários:
Olhando para a situação brasileira de hoje, que nos sirva de exemplo.
Bolsonaro voltou a estimular as manifestações depois de 40 dias de um silêncio que pedimos por 4 anos.
Discurso ambíguo para não ter problemas com a justiça, mas logo depois da derrota para a Croácia.
Suficiente para inflamar novamente os mais radicais.
Alguns especialistas diziam que a copa tinha trazido um pouco de calma na polarização.
Afinal estamos quase todos imbuídos de um sentimento de quase nação.
Esperto para o mal e para se manter como líder dessa turba ele sabe aproveitar as oportunidades.
Infelizmente.
Observador de Cena
A única coisa boa que o bolsonarismo trouxe, se é que podemos falar assim, foi podermos identificarmos a quantidade de idiotas que vivem ao nosso lado.
Com o fim da copa ficou mais fácil ainda...A desculpa da bandeira por estar torcendo acabou!
Triste a bandeira nacional se tornar um símbolo de idiotice.
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