![]() |
Angelus Novus, 1920 - Paul Klee, Museu de Israel. |
Angelus Novus (em português, "anjo novo") é o título latino de um desenho a nanquim, giz pastel e aquarela sobre papel, feito por Paul Klee em 1920. Atualmente faz parte da coleção do Museu de Israel, em Jerusalém.
Paul Klee combinava diversas esferas de realidade e abstração. Dessa maneira, ele ampliava o seu imaginário, abrigando também os mais diferentes tipos de criaturas. Desde 1920, o tema anjo – com figuras celestes aladas, de formas antropomórficas – apareceu repetidas vezes em sua obra.
O anjo mais famoso é Angelus Novus, de 1920, adquirido pelo filósofo Walter Benjamin, que o descreveu como o ” anjo da história”, que olha assustado para a catástrofe do passado. Como Benjamin tinha descendência judaica, a ascensão do nazismo na Alemanha obriga-o a exilar-se na França em 1933, afastando-se da obra. Dois anos mais tarde uma amiga a leva para Paris, onde permaneceu com Benjamim até o momento de sua tentativa de fuga para a Espanha, em junho de 1940.
Na nona tese do seu ensaio "Sobre o Conceito de História", Walter Benjamim (que adquiriu o desenho em 1921), escreveu:
Há um quadro de Klee que se chama Angelus Novus. Representa um anjo que parece querer afastar-se de algo que ele encara fixamente. Seus olhos estão escancarados, sua boca dilatada, suas asas abertas. O anjo da história deve ter esse aspecto. Seu rosto está dirigido para o passado. Onde nós vemos uma cadeia de acontecimentos, ele vê uma catástrofe única, que acumula incansavelmente ruína sobre ruína e as dispersa a nossos pés. Ele gostaria de deter-se para acordar os mortos e juntar os fragmentos. Mas uma tempestade sopra do paraíso e prende-se em suas asas com tanta força que ele não pode mais fechá-las. Essa tempestade o impele irresistivelmente para o futuro, ao qual ele vira as costas, enquanto o amontoado de ruínas cresce até o céu. Essa tempestade é o que chamamos progresso.
Viver é Perigoso
Um comentário:
De fato viver é perigoso
Postar um comentário