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quarta-feira, 15 de junho de 2022

FOI ELE QUEM DECLAROU !



"Eleição para presidente é que nem self service: não adianta pedir camarão se não tem camarão; cordeiro, se não tem cordeiro. É o que tem na mesa", explicou Jair Bolsonaro ontem para uma plateia de empresários em São Paulo. Completou o presidente: "Em estando na mesa, você vai ter de escolher o prato melhor ou o menos pior. E assim foi feito em 2018: eu ganhei"

Jair (em discurso para empresários em São Paulo)

Viver é Perigoso

3 comentários:

Anônimo disse...

E assim tem sido....é a vida , Municipal ,estadual e federal, síndico, associações, apae e etc....ou não?

Anônimo disse...

Além do final trágico, que choca a todos, mais um problemão internacional para nós com a descoberta do crime bárbaro no Vale do Javari, mostrando boa parte da Amazônia, mesmo onde há cidades, como terra sem lei, sem a presença do Estado.
Exemplos na terra Yanomami e o Javari.
Esse e outros crimes só mostram a ponta do iceberg.
O que já era ruim em governos anteriores piorou muito de 2019 para cá principalmente com o desmonte dos órgãos de fiscalização e controle, Ibama, ICMBio, Funai.
Diagnósticos e pensamentos errados levam a um enorme contrassenso. Estamos falando da tão decantada soberania sobre a Amazônia que o presidente tanto preza desde os tempos de deputado.
Como consegui-la desmontando os órgãos quem ajudariam a preservá-la?
Nesse triste episódio mais uma constatação das incongruências governamentais e de novo, como na pandemia, a total falta de empatia com os mortos, amigos, colegas e parentes. Na hora do aperto joga-se a culpa nas vítimas. Coisa do Brasil "moderno".
Muito triste.
Observador de Cena

Anônimo disse...

É coveiro, sim - Ruy Castro
O mundo inteiro, agora, sabe quem é Bolsonaro
Em 2020, no auge da Covid, Jair Bolsonaro preferia passear de jet ski a visitar os hospitais abarrotados e solidarizar-se com os profissionais que arriscavam a vida. Enquanto brasileiros morriam por falta de oxigênio, Bolsonaro imitava uma pessoa lutando para respirar. Já então eram-lhe oferecidas vacinas, que ele desprezava em função da cloroquina. E, quando os cemitérios tiveram de abrir covas rasas para comportar milhares, ele celebrou essa tragédia com uma frase: "E daí? Não sou coveiro".
Agora Bolsonaro terá de ser coveiro. Está diante de dois mortos que o mundo não deixará insepultos: o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips. Queira ou não, são seus mortos, assassinados pelos exploradores, traficantes e pistoleiros a quem ele entregou a Amazônia. Por "ele", leiam-se Bolsonaro ele mesmo, seu cínico vice-presidente Hamilton Mourão, presidente decorativo do Conselho Nacional da Amazônia, e o ex-ministro Ricardo "Boiada" Salles.
Bruno e Dom foram mortos a tiros, esquartejados, possivelmente incendiados e enterrados na floresta. Não se sabe a que se reduziram seus corpos —ou "remanescentes humanos", como foram chamados pelas autoridades. É insuportável imaginar que dois seres humanos, até há pouco na plenitude de suas forças e virtudes, sejam neste momento material de laboratório e, pior ainda, em Brasília, não muito longe do homem que os responsabilizou pela própria morte chamando-os de "aventureiros" e "excursionistas".
Seja o que tiver restado deles, mesmo que uma unha, terá de ser entregue às suas famílias e sepultado —Bruno, aqui mesmo, e Dom, quem sabe em seu país. Era o que Bolsonaro mais temia: a prova física do crime. A partir de agora, ninguém mais, em qualquer parte, poderá dizer que o desconhece. Os coveiros da Covid eram heróis. O coveiro da Amazônia pode ser chamado de muita coisa —você escolhe.