"Ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva"
Cecília Meireles
Como e para que tomamos decisões são outros quinhentos.
Animais dotados de um cérebro capaz de representar passado e futuro, como nós, têm a capacidade de aprender com a própria experiência e usá-la para fazer previsões de estados possíveis e prováveis, e então agir de acordo, em prol do futuro que se deseja.
Se essa capacidade é de fato posta em prática são mais outros quinhentos; a história mostra que seres humanos, e brasileiros em particular, são muito hábeis em desprezar o que poderiam ter sido lições do passado.
Ainda assim, permanece o fato: decisões são tomadas conforme o cérebro compara estados futuros e age em prol de um, e não de outro.
E tudo isso para quê? Para a satisfação e contentamento do dono do cérebro, é o que aprendi com a neurociência.
Soa ruim, mas esta é a boa notícia. O que torna uma decisão boa depende do cérebro que decide, que pode só pensar em seu próprio estado futuro, de bolsos cheios e conta bancária farta - mas também pode incluir em seu futuro desejado a saúde, educação e bem-estar dos outros.
Cabe a cada um de nós, donos de um cérebro e de um título de eleitor, escolher no que queremos apostar nossos recursos escassos.
Eu, ao contrário de Cecília Meireles, já entendi perfeitamente que Aquilo é muito melhor do que Isto, no momento...
Da sua coluna na FSP. - Dra. Suzana Herculano-Houzel, com todos sabem, neurocientista brasileira conhecida por seu trabalho de divulgação científica. Graduada em biologia, possui mestrado, doutorado e pós-doutorado em neurociência. É professora universitária.
Viver é Perigoso
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