Translate

quarta-feira, 18 de maio de 2022

JUÍZO MOÇADA !


Sabe aquela satisfação que você sentiu quando um colega de trabalho foi penalizado pela chefia? Ou quando você não conseguiu evitar um sorriso discreto com a notícia do casal perfeito que anunciou o seu divórcio?
Às vezes camuflamos esse sentimento com a ideia de justiça, com o “bem feito” ou com o humor, “o tombo foi engraçado”. 

Ora, ocorre que essa estranha satisfação que sentimos diante do mal que acontece aos outros, não tem a inocência que aparenta.

No passado, esse sentimento foi escrutinado pelo radar dos pensadores alemães e ganhou um nome específico: schadenfreude. 

A palavra, sem equivalente em português — e também em outras línguas — pode ser traduzido como “sentir alegria ou satisfação com o dano alheio” (schaden: dano, prejuízo; freude: alegria, prazer). 

O schadenfreude acontece em duas esferas: a privada e a pública. A primeira é íntima. Às vezes, apenas nós percebemos. É a satisfação quando uma pessoa bem sucedida perde o emprego ou a vizinha linda que foi traída. A pública é mais ostensiva e geralmente vem acompanhada de ironia e escárnio. 

De acordo com os estudiosos, estamos vivendo a era do schadenfreude. Com a popularização das redes sociais, o schadenfreude manifesta-se com força total. 

Em toda parte e a toda hora vê-se a audiência das intrigas e os escândalos das celebridades, os memes ridicularizando políticos e famosos.. 

É verdade que temos atração pelas tragédias e a curiosidade faz parte da nossa natureza. Ao longo da história, gladiadores se batendo até a morte e enforcamentos públicos atraiam multidões. 

E continuamos a fazer isso. Na estrada, abrandamos a velocidade para ver um acidente — alguns param. Os crimes hediondos são seguidos pista por pista, com a imprensa explorando essa nossa fraqueza. 

O filósofo romano Tito Lucrécio escreveu que “É bom ver o navegador distante lutar contra a tempestade e o naufrágio, não porque nos alegramos com o mal dos outros, mas porque é bom estar livre do tormento” . 

Vida Simples

Viver é Perigoso

Um comentário:

wartão disse...

Casamento do molusco Lula:A palavra, sem equivalente em português — e também em outras línguas — pode ser traduzido como “sentir alegria ou satisfação com o dano alheio” (schaden: dano, prejuízo; freude: alegria, prazer).