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quinta-feira, 5 de maio de 2022

APOCALIPSE


Pensando nas postagens dos comentaristas, principalmente, Observador de Cena, Causídico Jurássico e Mercado Lógico. Assustador e realista o publicado hoje (5) na Coluna Espaço Aberto, do "O Estado de São Paulo", pelo jornalista Eugênio Bucci.

Aí vai um resumo.

" Até pouco tempo atrás, as passeatas de esquerda encerravam uma predisposição para o embate físico.

Agora é o oposto.

No ano passado, nos Estados Unidos, quem promoveu arruaças foi a extrema-direita-trumpista, que chegou ao cúmulo de promover a invasão do Capitólio. Enquanto a extrema-direita tomou para si o gestual, a coreografia e a torpeza dos vândalos, a esquerda se reagrupou na defesa da legalidade e do Estado de Direito.

Em Paris foi a mesma coisa. Agora mesmo, tão logo foi anunciada a derrota de Le Pen no segundo turno, seus cabos eleitorais (neonazistas e congêneres) saíram pelos logradouros públicos chutando portas e latas de lixo; os personagens da esquerda, de sua parte, preferiram ritualizar o congraçamento entre as classes.

Num mundo em que ninguém tem mais endereço certo e sabido, a pancadaria mudou de lado, espetacularmente.

Essa inversão dá ao presidente Jair, uma oportunidade eleitoral explosiva. Não obstante seja o incumbente da vez, encarregado de cuidar da máquina pública, ele bombardeia a máquina pública todos os dias sem tréguas. Seu lema é destruir a institucionalidade.

Sua guerra preferencial é contra as urnas eletrônicas e contra a Justiça Eleitoral. Na falta de um inimigo externo, elegeu o Supremo, a imprensa e os ecologistas, além de artistas, cientistas e intelectuais, como alvos prioritários.

Sua estratégia de comunicação consiste em convocar seus fanáticos para assumir o papel de protagonistas anônimos nas batalhas campais contra a lei e a ordem. Jair, entrega às suas falanges, além das certezas feitas exclusivamente de mentiras, a emoção de agir diretamente no combate discursivo, corporal e armado contra os inimigos da Pátria e de Deus. Esse combate não passa de um delírio, mais isso também não importa a mínima.

O que está vindo por aí é uma onda, colada na dinâmica das redes sociais.

Estamos aprendendo, tarde demais, que não é por desinformação que muita gente o idolatra, mas por ódio a tudo que seja informação. As multidões obcecadas pelo presidente abominam a verdade factual e, mais ainda, repudiam os que falam em nome da verdade factual. Para as massas ensandecidas e sedentas de tirania, a onda jairzista oferece uma paixão violenta e irresistível, que combina paixão e certezas irracionais, mais ou menos como se deu com o fascismo no século 20.

O desastre quica na área. "

Viver é Perigoso

2 comentários:

Anônimo disse...

Estão até conseguindo levar as Forças Armadas para o debate eleitoral, a politização e a contestação do resultado da eleição e caso Bolsonaro perca o script bolsonarista já está traçado. Como disse o ministro Luiz Roberto Barroso "as forças armadas foram orientadas para atacar as eleições" e foi duramente criticado mas está cheio de razão. Se Lula ganhar não gosto mas ganhou!
Me espanta o quase silêncio da maioria da classe política (exceto o conterrâneo Pacheco). Se por um absurdo dos absurdos o resultado for contestado pela força (como quase aconteceu nos EUA) como ficam os eleitos para a Câmara e 1/3 do Senado? E os deputados estaduais? O que eles estão pensando?
Parafraseando Churchill sobre os verdadeiros democratas brasileiros - até as eleições "Nunca tantos deverão tanto a tão poucos". Observador de Cena

Anônimo disse...

Chora, que vem mais...
Bandeira vermelha, aqui não!!!